Tratamento de doença pulmonar é irregular
Fonte: CFF / A Tarde
Em toda a Bahia, cerca de 420 mil pessoas já foram diagnosticadas com a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), também conhecida como bronquite ou enfisema pulmonar.
No Brasil, aproximadamente oito milhões de pessoas (15,8% da população brasileira acima de 40 anos) sofrem com a doença.
Ainda assim, em todo o estado pessoas com a doença reclamam do difícil acesso a remédios, atendimento e exames necessários para o diagnóstico e tratamento.
A DPOC é uma doença crônica, progressiva e parcialmente reversível que acomete os pulmões por conta da destruição ou comprometimento dos alvéolos. Ocorre com mais freqüência em homens mais velhos e, sobretudo, fumantes.
De acordo com o pneumologista Guilhardo Fontes Ribeiro, especializado no tratamento da patologia, há cerca de trés anos os pacientes tem o tratamento interrompido por conta da irregularidade na distribuição dos remédios, que estão inclusos na lista de medicamentos considerados de alto custo, distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre as substâncias para o tratamento básico estão formoterol, salmeterol, budesonida, forasec e brometodetiotrópio, todos entregues de forma irregular por meio da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
“Os remédios melhoram as condições respiratórias, mas cada substância pode custar de R$ 100 a R$ 500, não dá para ser custeado pela maioria”, afirmou o médico.
Nos meses em que não encontra o remédio, a dona de casa Denise Maria, 43, que convive com a doença há três anos, se trata com amostras grátis dadas pelo médico. “São remédios caros, não tenho como comprar. Conto com a ajuda do médico. Sem eles eu canso, é um desconforto e ainda tem a ronquidão no peito” reclamou.
Além da irregularidade na entrega de remédios, os pacientes reclamam da falta de vagas para consultas, atendimentos e exames.
O tratamento é oferecido nos hospitais Universitário Professor Edgard Santos, Santa Izabel e Octávio Mangabeira. Conforme o pneumologista, há cerca de três anos novas inscrições não são aceitas no ambulatório especializado do Santa Izabel.
Secretaria
A TARDE contatou a assessoria de comunicação da Sesab no final da manhã de ontem para tratar da distribuição de medicamentos. Por e-mail, a assessoria informou, no final da tarde, que o diretor de assistência farmacêutica, Lucas Duarte, não havia sido localizado para ser entrevistado.