Tratamento da artrite exige acompanhamento multiprofissional
Artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica, autoimune, que afeta as membranas das articulações e de órgãos internos. Com o avanço da enfermidade, os pacientes sofrem com dores e dificuldades para se movimentar. Para aliviar os sintomas, muitos acabam tomando medicamentos por conta própria – como analgésicos e antiinflamatórios. O que pode ser prejudicial à saúde.
O farmacêutico Hágabo Mathyell Silva reforça a importância de o paciente conhecer a doença e a função dos medicamentos. Para isso, ele diz que é necessário ter o acompanhamento de profissionais da saúde e seguir o tratamento correto para reduzir o processo inflamatório e controlar a doença. “Sabemos que um paciente bem informado vai entender melhor a função de cada um dos medicamentos como, por exemplo, saber que os antiinflamatórios devem ser usados apenas nos momentos de crise para alívio dos sintomas e da inflamação e que, mesmo na ausência de alguns sintomas, o paciente precisa utilizar aqueles medicamentos que são modificadores do curso da doença que não são para tratamento dos sintomas mas para uso contínuo”, explica.
O profissional afirma que quando o paciente consegue ter o entendimento sobre os medicamentos e a função de cada um deles é possível perceber um maior sucesso no tratamento. “Como o tratamento é complexo, por envolver a troca e tipos de medicamentos diversos, os pacientes podem desenvolver reações adversas como problemas gástricos, cardiovasculares e do fígado, osteosporose, elevação da pressão arterial e da glicose. Diante desses fatores de risco, é fundamental o acompanhamento de uma equipe com vários profissionais da saúde e o monitoramento de um farmacêutico”, reforça.
Tanto o paciente como os profissionais de saúde que o cercam devem estar atentos de modo a controlar as outras comorbidades, inclusive porque algumas delas também afetam e dificultam o controle da própria artrite. Como é o caso do diabetes, que uma doença inflamatória que dificulta o tratamento da outra e pode causar danos muito graves para o paciente. “Essa é uma recomendação muito bem estabelecida da Liga Europeia contra o reumatismo – Eular, que referência mundial na área de artrites reumatoide e de outras doenças reumáticas”.
O farmacêutico Hágabo Mathyell Silva é mestrando em Medicamentos e Assistência Farmacêutica na Universidade Federal de Minas Gerais. Lá ele trabalha no serviço de gerenciamento da terapia medicamentosa do ambulatório de Artrite reumatoide do Hospital das Clínicas.
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Fonte: CFF