Rede para rastrear remédio começa a operar
Fonte: O Estado de S.Paulo
O Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), que deveria estar em funcionamento no Brasil há pelo menos dois anos, dá hoje o primeiro passo para sair do papel. Será apresentada a primeira plataforma para rastrear medicamentos, desenvolvida pela farmacêutica Libbs. A meta é de que até dezembro de 2016 todas as indústrias tenham mecanismos semelhantes e o sistema esteja operando – quatro anos depois do cronograma inicial.
“O sistema vai garantir não apenas a segurança do paciente, mas também facilitar a vigilância sanitária e o controle da produção de medicamentos no Brasil”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que deve participar da cerimônia de apresentação da plataforma.
Como novo sistema, embalagens de medicamentos deverão conter um código de barras bidimensional, uma espécie de RG. O mecanismo permitirá a identificação do local e data da produção, forma de distribuição e ponto de comercialização.
“Tudo isso vai facilitar muito a identificação do produto, em casos de desvio de qualidade, em caso de necessidade de recolhimento”, disse Chioro. O ministro está convicto de que o sistema permitirá um controle de toda a cadeia, tornando mais fácil reconhecer eventuais casos de fraude, contrabando, roubo de cargas.
A demora na implementação teve como principal causa a polêmica em torno da metodologia que seria adotada para a mudança das embalagens. A primeira proposta previa que o sistema teria um selo, produzido pela Casa da Moeda – modelo criticado pelo setor produtivo.
O impasse somente foi solucionado no ano passado, quando as novas regras foram aprovadas. O cronograma prevê que, até dezembro de 2015, todas as indústrias coloquem no mercado pelo menos três lotes já produzidos com embalagem que permita o rastreamento. A partir de dezembro de 2016, todo o mercado farmacêutico terá de ter os mecanismos para fazer o rastreamento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comanda um comitê gestor formado por 25 entidades públicas, privadas e do terceiro setor encarregadas de discutir a implementação do sistema.