Produção de medicamentos homeopáticos por leigos preocupa o setor
Em dez de abril se comemora o Dia Mundial da Homeopatia. A celebração lembra o nascimento, em 1755, do criador dessa prática integrativa: o médico alemão Samuel Hahnemann. O momento também serve para reflexão sobre essa modalidade terapêutica hoje presente em mais de 80 países.
Baseada na administração de doses reduzidas de fármacos, a homeopatia atua tanto na prevenção como na cura de doenças. Tem como foco a saúde integral e o equilíbrio do organismo do indivíduo. Mas, como qualquer outro medicamento ou planta, esse tipo de tratamento não pode ser feito de forma indiscriminada e exige a orientação adequada de um profissional da saúde especializado na área. O alerta é do presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas, Javier Gamarra, que é membro do grupo de trabalho sobre homeopatia do Conselho Federal de Farmácia.
“O medicamento homeopático tem que ser indicado corretamente por um profissional de saúde habilitado em homeopatia, seja farmacêutico, seja médico, seja dentista, seja médico veterinário, quando se trata de saúde animal; porque esses são os campos de atuação habilitados com homeopatia no campo da saúde no Brasil.
Além disso, Javier Gamarra destaque que esses medicamentos precisam ser utilizados de acordo com a orientação do profissional e seguindo todo o procedimento terapêutico estabelecido. “Caso contrário, você pode ter desconforto ou até mesmo reações degradáveis. Não tem o nível de efeitos colaterais que os medicamentos alopáticos oferecem, mas tem que ser usado com responsabilidade como qualquer medicamento”.
A homeopatia foi inserida como política oficial de saúde no Brasil em 2006, por meio da Portaria nº 971 do Ministério da Saúde, que trata sobre as práticas integrativas. Uma das grandes preocupações do Conselho Federal de Farmácia e da Associação dos Farmacêuticos Homeopatas é quanto à existência de cursos não regulamentados e de pessoas não capacitadas atuando no atendimento a pacientes e, inclusive, na manipulação de medicamentos em ambientes inadequados.
“Essa é uma preocupação grande do ponto de vista profissional, mas principalmente do ponto de vista do risco sanitário. Medicamento homeopático tem que ser produzido em estabelecimento de saúde cadastrado, licenciado pela autoridade sanitária, com todo o rito técnico, todo o conhecimento técnico e cuidados necessários para garantir a qualidade, a eficácia e a segurança desses produtos. Não é o que nós vemos. De acordo com as informações que nós estamos recebendo de vários partes do País há pessoas não farmacêuticas produzindo medicamentos homeopáticos e fornecendo esses pretensos medicamentos a outras pessoas”, reforça o presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas.
Casos de irregularidades devem ser comunicados à vigilância sanitária do município ou ao Conselho Regional de Farmácia do estado.
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