Papel do farmacêutico na radiofarmácia é debatido em Plenária do CFF
A responsabilidade técnica (RT) por farmacêuticos em serviços de radiofarmácia e divergências existentes na legislação vigente foram debatidos na manhã desta quinta-feira (21/11), durante a 488º Reunião Plenária do CFF, realizada em Brasília, das 9h às 19h. O ponto de partida foi a apresentação feita pela farmacêutica do serviço de medicina nuclear da Liga Contra o Câncer do Rio Grande do Norte, Amanda Gomes.
Embora a RT por serviços de radiofarmácia seja privativa dos farmacêuticos, conforme a RDC 63 da Anvisa, Amanda lembrou que, infelizmente há muitos técnicos e outros profissionais atuando nessa área. “Muitas vezes nem da área de saúde eles são e nem têm habilitação para isso, e estão exercendo esse trabalho sem a supervisão do farmacêutico. Precisamos cobrar essa responsabilidade técnica”, destacou.
Amanda ressaltou a importância de o farmacêutico assumir a RT nesses serviços para que se tenha um maior gerenciamento, com garantia do controle de qualidade, como prazos de validade e temperatura correta dos produtos. “Essa gestão pelo profissional habilitado gera também economia ao estabelecimento, pois eles têm prazos de validade muito curto e o controle de qualidade é importante tanto para que não tenha falta e nem perda”.
Amanda lembrou que embora essa seja uma área muito antiga, ainda é nova no Brasil, e apresenta vários desafios a serem superados. Atualmente, há poucos farmacêuticos atuando nesta área, apesar de esse profissional ser indispensável em todo o processo de manuseio do produto. “Tudo o que está relacionado ao serviço de radiofarmácia, desde a produção do medicamento, até a administração ao paciente, está contemplado na grade curricular da formação do farmacêutico especializado nessa área”.
O presidente do CFF, Walter Jorge João, destacou a necessidade de a responsabilidade técnica estar voltada para o farmacêutico, de forma que dentro de um serviço tenha pelo menos um farmacêutico exercendo a RT. “É preocupante constatar que muitos farmacêuticos não estão buscando se habilitar e atuar nessa área de atuação e, por isso, essa função vem sendo ocupada indevidamente por outros profissionais”.
De acordo com o presidente, essa discussão é extremamente importante para que todo o serviço de medicina nuclear esteja uniforme em relação aos profissionais que atuam nesse serviço. “A partir dessa discussão, o que se espera é alinhar o que será cobrado pela legislação dentro do serviço, ou seja, as páreas que serão privativas do farmacêutico, e quais poderão ser realizadas por outros profissionais sob a supervisão do farmacêutico”.
Liga Contra o Câncer do Rio Grande do Norte
Amanda é radio farmacêutica do serviço de medicina nuclear da Liga Contra o Câncer do Rio Grande do Norte, instituição filantrópica que atua com pacientes com câncer por meio de quatro unidades no Estado, reunindo 27 farmacêuticos que atuam numa equipe multiprofissional juntamente a outros profissionais da saúde (médicos, psicólogos, enfermeiros, fonoaudiólogos, técnicos). Os farmacêuticos têm bastante importância dentro da instituição e atuam em diversas áreas como farmácia, manipulação oncológica, pesquisa clínica, clínicas junto ao paciente, controle de almoxarifado, etc.
Fonte: Coordenação de Imprensa
Autor: Murilo Caldas