Ozonioterapia: Uma nova área de atuação para o farmacêutico
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) regulamentou a prática de ozonioterapia para os profissionais farmacêuticos. A Resolução 685 foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), no dia 07/05/2020 onde reconhece a atuação do farmacêutico na ozonioterapia clínica e estética, como terapia complementar e integrativa.
De acordo com o CFF, com a regulamentação, o farmacêutico poderá requerer sua habilitação no Conselho Regional de Farmácia de seu Estado.
Segundo a responsável pelo Núcleo de Apoio ao Farmacêutico (NAF) do CRF-MT, Karina Luckmann a ozonioterapia utiliza a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio. Ou seja, o ozônio medicinal.“A ozonioterapia tem sido usada há mais de cem anos para tratar problemas circulatórios, feridas infectadas, queimaduras, hérnia de disco, entre outras doenças”, destaca Karina.
Karina informa que o farmacêutico habilitado poderá assumir responsabilidade técnica. A resolução aprovada permite que o farmacêutico realize a consulta e anamnese farmacêutica, para avaliar sinais e sintomas, identificar as necessidades dos pacientes e realizar a prescrição farmacêutica. “Vamos abordar a ozonioterapia no âmbito das Práticas Integrativas e Complementares (PIC), aprimorando e incentivando os farmacêuticos ao exercício com ética, responsabilidade e competência”.
Estima-se que a prática esteja presente em 42 países, como Alemanha, Itália, Cuba, China, Espanha, Portugal, entre outros. Por exemplo, na Alemanha, a prática é reconhecida pelos órgãos de saúde e ofertada na rede pública desde a década de 80.
O profissional farmacêutico também poderá, entre outras atividades, escalonar as doses de ozônio medicinal a serem utilizadas e a via adequada de acordo com a avaliação das necessidades do paciente e aplicar o ozônio medicinal de maneira isolada ou em combinação, para uso clínico ou estético.
Cuidados
Seja qual for à finalidade, esse recurso nunca deve substituir os tratamentos tradicionais. E é extremamente importante que um profissional realize o procedimento. Se aplicado em doses excessivas, o ozônio pode provocar de problemas respiratórios a desfechos fatais. Do contrário, a única contraindicação absoluta é para pessoas com uma deficiência relacionada à enzima G6PD. Sem ela, essa terapia tende a causar a destruição em massa das hemácias, células do sangue cuja função no organismo é transportar oxigênio.
Karina finaliza dizendo que o profissional para averbar sua habilitação deve seguir todas as normas descritas na resolução, bem como o curso deve atender a todos os referenciais mínimos exigidos.
Confira a Resolução