OUTUBRO ROSA – Farmacêutico, faça a sua parte: faça seu exame e oriente!
Por: Luiz Perlato
Fonte: CRF-MT
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em fase avançada.
Estamos em plena campanha contra o câncer de mama, e os profissionais farmacêuticos são chamados em causa pelo Conselho Regional de Farmácia (CRF-MT). Segundo o presidente do CRF-MT, Alexandre Henrique Magalhães , é importante a conscientização de todas as mulheres, inclusive das farmacêuticas, para que façam frequentemente o auto-exame de mama e também procurem sempre os profissionais de saúde, principalmente os médicos, para a realização dos exames preventivos.
“Desta forma estarão se precavendo da doença, ou se acontecer que seja diagnosticado precocemente, para haver o tratamento adequado. A importância da campanha é a conscientização de todas mulheres brasileiras e dos profissionais de saúde, de serem multiplicadores dessa conscientização”, declara o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Mato Grosso (CRF-MT).
A Conselheira Tânia Cecília Trevisan complementa as declarações do Presidente, lembrando que o farmacêutico é o profissional de saúde que tem mais proximidade com os pacientes.
“Assim, neste mês de outubro o CRF-MT quer incentivar os profissionais farmacêuticos para a orientação aos seus pacientes/clientes quanto à importância do exame das mamas para a detecção precoce do câncer de mama. E você, farmacêutica, também faça a sua mamografia de acordo com as recomendações. Faça parte desta campanha”, conclama ela.
Por que se precaver
De acordo com o INCA – Instituto Nacional de Câncer, o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo, sendo o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em fase avançada. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Estatísticas indicam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes. A estimativa de novos casos para 2014 é de 57.120. O número de mortes em 2011 foi de 13.345, sendo 120 homens e 13.225 mulheres
Prevenção
Evitar a obesidade, através de dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos, é uma recomendação básica para prevenir o câncer de mama, já que o excesso de peso aumenta o risco de desenvolver a doença. A ingestão de álcool, mesmo em quantidade moderada, é contra-indicada, pois é fator de risco para esse tipo de tumor, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior aos 35 anos.
Ainda não há certeza da associação do uso de pílulas anticoncepcionais com o aumento do risco para o câncer de mama. Podem estar mais predispostas a ter a doença mulheres que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.
A prevenção primária dessa neoplasia ainda não é totalmente possível devido à variação dos fatores de risco e as características genéticas que estão envolvidas na sua etiologia.
Autoexame das Mamas não é recomendado como método isolado de detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo.
Detecção Precoce
Ainda de acordo com o INCA, embora a hereditariedade seja responsável por apenas 10% do total de casos, mulheres com história familiar de câncer de mama, especialmente se uma ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmãs) foram acometidas antes dos 50 anos, apresentam maior risco de desenvolver a doença. Esse grupo deve ser acompanhado por médico a partir dos 35 anos. É o profissional de saúde quem vai decidir quais exames a paciente deverá fazer. Primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos e não ter tido filhos também constituem fatores de risco para o câncer de mama. Mulheres que se encaixem nesses perfis também devem buscar orientação médica.
As formas mais eficazes para a detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico e a mamografia que pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. Deve ser feito uma vez por ano pelas mulheres a partir de 40 anos. A mamografia permite a detecção precoce do câncer, ao mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas. Deve ser realizada a cada dois anos por mulheres entre 50 e 69 anos, ou segundo recomendação médica.
Ao estabelecer que todas as mulheres têm direito à mamografia a partir dos 40 anos, a Lei 11.664/2008 que entrou em vigor em 29 de abril de 2009 reafirma que as recomendações de faixa etária para rastreamento de mulheres saudáveis é dos 50 aos 69 anos.