Novas tecnologias tornam o tratamento de câncer menos agressivo
Se por um lado o câncer ainda não tem cura definitiva, por outro, diversas tecnologias têm permitido tratamentos menos agressivos para destruir ou impedir a multiplicação das células cancerígenas. Novidades em substituição à radioterapia e à quimioterapia possibilitam um tratamento menos invasivo e com redução de reações adversas.
A farmacêutica Samanta Lopes Tomaz, PhD em Ciências e especialista em oncologia pelo Programa de Residência do Hospital Sírio-Libanês, ressalta as vantagens do tratamento direcionado ao paciente. “Eles são um pouco mais personalizados. Esses tratamentos são direcionados de acordo com a resposta do paciente e a expressão de determinadas proteínas e outros fatores que influenciam o desenvolvimento do câncer”.
Outra boa vantagem é a redução de reações adversas durante o tratamento. “Eles têm uma ação que é mais pontual na célula cancerígena, na célula neoplásica. Isso tem uma potência que é importante e que muitas vezes traz menos efeitos adversos graves para os pacientes; por que os efeitos acontecem, mas eles são muito diferentes do tratamento tradicional e são mais suportáveis aos pacientes”, explica Samanta.
A farmacêutica cita novas modalidades de tratamento que oferecem maior comodidade e, muitas vezes, dispensam a necessidade de aplicação do medicamento direto na veia do paciente. Há tratamentos que podem ser feitos por via oral, e que o paciente pode fazer em casa. “Hoje em dia, nós temos já os anticorpos monoclonais que são administrados no paciente por via subcutânea”.
Esses tratamentos possibilitam, ainda, agilidade na administração. “Uma infusão que às vezes demorava duas horas, que era feita endovenosa, que o paciente teria que ter um acesso venoso e um cuidado maior, hoje é feita em minutos. E com uma seringa subcutânea, faz-se a administração e o paciente já pode ir pra casa”, explica Samanta.
A profissional reforça que há uma grande necessidade de mais farmacêuticos atuarem neste campo, já que exerce papel fundamental na oncologia, desde a aquisição dos medicamentos, ao controle de estoque e ao fornecimento para os pacientes, até a manipulação dos quimioterápicos. “A gente tem o conhecimento sobre a estabilidade do medicamento, sobre em que solução ele pode ser manipulado ou não, de que maneira ele tem que ser conservado até a dispensação ao paciente”, complementa.
Para atuar nesta área, o profissional precisa buscar especialização em oncologia e ter conhecimento sobre as novas tecnologias e sobre os efeitos adversos. “O farmacêutico tem o conhecimento sobre protocolos utilizados para o tratamento oncológico, assim como se um determinado protocolo é indicado para algum tipo de câncer, quais são as doses em que esses medicamentos têm que ser prescritos para o paciente, e qual é a ordem de infusão – o que é muito importante e influencia no tratamento”, reafirma a farmacêutica.
Também é importante realizar a avaliação clínica, para verificar se o paciente tem condições fisiológicas para receber esses medicamentos. Assim como que possíveis reações adversas tais medicamentos podem trazer ao paciente.
Samanta atua como farmacêutica no Núcleo de Assistência Farmacêutica Oncológica do Hospital Sírio-Libanês. A resolução que trata da titulação mínima para a atuação do farmacêutico em oncologia é a Resolução CFF nº 640, de 2017.
Ouça esta e outras matérias na rádio NewsFarma!
Autor: Murilo Caldas e Denise Coelho