Medicação segura: CFF adere ao desafio global da OMS para 2017
No dia 5 de maio é comemorado o Dia Nacional pelo Uso Racional de Medicamentos. Para lembrar a data, o Conselho Federal de Farmácia (CFF), em parceria com os conselhos regionais dos 26 estados e do Distrito Federal, adere ao Desafio Global lançado no dia 29 de março pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As entidades conclamam os farmacêuticos e demais profissionais da saúde de todo o país a trabalhar pela meta de reduzir em 50% os danos graves e evitáveis associados a medicamentos, nos próximos 5 anos.
De acordo com dados divulgados pela OMS, os erros de medicação causam pelo menos uma morte todos os dias e prejudicam aproximadamente 1,3 milhões de pessoas anualmente apenas nos Estados Unidos. Os números são semelhantes nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil, embora nestes o impacto seja praticamente o dobro em termos do número de anos de vida saudável perdidos. Muitos países carecem de dados concretos, os quais serão recolhidos como parte da iniciativa.
O CFF, em parceria com o CRF-DF, começa sua campanha com uma ação pelo uso racional de medicamentos na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Nos dias 2 e 3 de maio, uma equipe de farmacêuticos clínicos estará de plantão na Casa para orientar os servidores, parlamentares e visitantes sobre o uso correto, seguro e racional de medicamentos. Eles também vão aferir pressão arterial, dosar glicemia capilar e avaliar a capacidade pulmonar para verificar sinais e sintomas de doenças e resultados de tratamentos em andamento. Ações semelhantes serão desenvolvidas nos estados, pelos demais conselhos regionais.
O Desafio Global – Global Patient Safety Challenge on Medication Safety (disponível em inglês) – tem como finalidade abordar as fragilidades nos sistemas de saúde que levam a erros de medicação e os graves danos que isso pode acarretar. A iniciativa estabelece maneiras de melhorar a forma como os medicamentos são prescritos, distribuídos e utilizados, e aumentar a conscientização entre os pacientes sobre os riscos associados ao uso indevido de medicações. As ações serão focadas em quatro áreas: pacientes e público; profissionais da saúde; medicamentos como produtos; e sistemas e práticas de medicação.
“Nós, farmacêuticos, temos um papel estratégico e fundamental nesse desafio. Podemos e devemos contribuir”, alerta o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João. Ele lembra que prevenir erros relacionados ao uso de medicamentos, além de salvar vidas, evita uma enorme e desnecessária pressão sobre os orçamentos de saúde. Segundo dados da OMS, mundialmente, o custo associado aos erros de medicação é estimado em US$ 42 bilhões por ano ou quase 1% do total das despesas de saúde globais.
A campanha também visa envolver a população, razão pela qual serão divulgadas orientações sobre como evitar erros que resultem em danos graves, como utilizar o medicamento ou a dose errada no momento errado. Além de incentivar o uso correto e racional, a campanha ainda pretende estimular a participação do paciente na condução do seu tratamento. “Quando o paciente questiona sobre o medicamento que lhe foi recomendado ou cobra uma prescrição legível, por exemplo, está contribuindo para a prevenção de eventuais erros de medicação.”
Todos os erros de medicação são potencialmente evitáveis. Eles podem ser causados pela fadiga do profissional, superlotação nos serviços de saúde, falta de pessoal, má formação e informação errada dada aos pacientes, entre outras razões. Qualquer um destes fatores, ou uma combinação deles, pode afetar a prescrição, a dispensação, o consumo e o monitoramento de medicamentos, o que pode ocasionar sérios prejuízos para a saúde e até mesmo a morte.
A maior parte dos danos advém de falhas nos sistemas, na maneira como o cuidado é organizado e coordenado, especialmente quando vários provedores de saúde estão envolvidos no cuidado do paciente. Uma cultura organizacional que implementa rotineiramente as melhores práticas e que evita a culpa quando os erros são cometidos é o melhor ambiente para cuidados seguros.
Esse é o terceiro desafio global da OMS para a segurança dos pacientes, seguindo o desafio “Clean Care is Safe Care”, sobre higienização das mãos na segurança do paciente, em 2005, e o desafio “Safe Surgery Saves Lives” ICirugia Segura Salva Vidas), em 2008.
Alvos prioritários do desafio
O Desafio Global convoca os países a adotarem medidas prioritárias em relação aos seguintes aspectos:
• medicamentos com alto risco de dano, se usados indevidamente;
• pacientes que utilizam diversos tipos de medicamentos para diferentes doenças e condições;
• pacientes que passam por diferentes níveis e cuidados, a fim de reduzir erros de medicação e danos.
Fonte: Comunicação do CFF