Greve trava distribuição
Por: YURI RAMIRES
Fonte: diario de cuiaba
Greve trava distribuição
Funcionários da Central Estadual de Abastecimento de Insumos de Saúde (Ceadis) sofrem com atraso salarial e suspendem atendimento
Yuri Ramires/DC
A aviso alertava ontem que a suspensão dos atendimentos foi motivada por problemas técnicos e operacionais
O serviço de distribuição de medicamentos do Estado está comprometido desde a última semana devido a uma greve dos funcionários da Central Estadual de Abastecimento de Insumos de Saúde (Ceadis). Na porta da central, onde também funciona a Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF), um aviso alertava ontem que a suspensão dos atendimentos foi motivada por problemas técnicos e operacionais.
Os funcionários são terceirizados e alegam que estão sofrendo com o atraso salarial. Trabalhadores que preferiram não se identificar disseram que o atraso chegou a dois meses. “Foram dois meses de atraso. O governo pagou um, mas falta outro. Por isso decidimos paralisar”, contou um funcionário.
“Lá em baixo está tudo trancado, é onde fica o almoxarifado que estoca os medicamentos. Só a parte administrativa, composta por funcionários concursados, está funcionando”, ressaltou o trabalhador, alertando que a greve só será suspensa mediante o pagamento do salário. Os funcionários não souberam dizer se o atraso é por parte do governo do Estado ou da empresa que presta o serviço.
Uma funcionária que também pediu para não ser identificada procurou a reportagem do Diário e garantiu que houve paralisação dos trabalhos. Afirmou ainda que, no caso da Farmácia de Alto Custo, o atendimento não está totalmente prejudicado por causa da substituição de funcionários terceirizados por servidores da Saúde.
A Fundação de Apoio ao Ensino Superior de Mato Grosso (Faesp) assumiu a gerencia do local após a quebra do contrato com o Instituto Pernambucano de Assistência Social (Ipas), por causa da grande perda de medicamentos da Farmácia de Alto Custo.
Cabe ao Ceadis o armazenamento e movimentação dos medicamentos e insumos, bem como administrar o estoque, a rede de assistência farmacêutica e outros, garantindo a cobertura de todas as unidades atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Mato Grosso. A Faesp é ligada à Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). Por meio da assessoria de imprensa, a universidade explicou que a situação já estava resolvida, mediante a assinatura de um termo aditivo. Porém, a reportagem constatou que, de fato, os trabalhos no local estão paralisados. A Faesp informou que desconhece uma greve, e ainda ressaltou que a fundação tem diversos convênios e que não saberia quais estão ou não em greve.
A assessoria da Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou a falta de pagamento dos funcionários terceirizados. Porém, explicou que não se trata de uma greve, e sim, de um encerramento de contrato, já que esses trabalhadores prestavam serviço para o Ipas.
Um processo licitatório ainda está sendo finalizado e caberá à nova empresa decidir se permanece com os funcionários ou não, já que possuem especialização para continuarem no cargo. Enquanto isso, servidores estão sendo remanejados para atender a população.