Farmácias desaceleram menos que o varejo
Fonte: CFF / Valor Econômico
No segmento de farmácias, a alta nas vendas foi de 10,8% de janeiro a março, versus expansão de 13,8% no mesmo intervalo de 2014 – queda de três pontos percentuais
Um dos mais resilientes segmentos do varejo em tempos de crise, as farmácias têm perdido ritmo de expansão, mas a desaceleração ocorre num ritmo inferior ao desaquecimento do comércio.
No segmento de farmácias, a alta nas vendas foi de 10,8% de janeiro a março, versus expansão de 13,8% no mesmo intervalo de 2014 – queda de três pontos percentuais, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado, da processadora de cartões Cielo, que reúne informações de transações em 1,6 milhão de pontos de venda no país. Em abril, o setor cresceu 12,5% e, em maio, 11%.
Dados sobre as vendas do comércio de janeiro a março mostraram alta de 1,3% no primeiro trimestre, versus alta de 7,6% no mesmo período do ano anterior. Os percentuais foram deflacionados pelo IPCA/IBGE.
“Farmácias são menos sensíveis às variações em crédito do que às perdas de renda e de emprego. E mesmo quando esses indicadores pioram, é um segmento com uma “blindagem” maior por vender produtos essenciais e se beneficiar do envelhecimento da população”, disse Rodrigo Baggi, economista da Tendências Consultoria.
Números da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) mostram que o setor fechou o ano passado com alta de 13,85% nas vendas e não medicamentos impulsionaram o desempenho, com expansão de 19%. Já neste início de 2015, de janeiro a março as vendas subiram 10,4%, (haviam crescido quase 17% nos três primeiros meses do ano passado) e não medicamentos tiveram alta de 13,44% (versus 20% no ano anterior).
Na pesquisa da Cielo, farmácias têm a menor desaceleração entre os 24 segmentos do varejo analisados. A pesquisa considera as transações eletrônicas com cartão de débito e crédito. A base da Cielo cobre 54% das transações no país.
Para o gerente da área de Inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto, a expansão orgânica das redes de drogarias em certos mercados, como o Nordeste, ajudou a manter o indicador de crescimento em dois dígitos neste ano. As aberturas de unidades ganharam força e essas lojas novas passaram a computar suas vendas de forma anualizada nos últimos índices de vendas.