Farmacêuticos se destacam nas equipes multidisciplinares do âmbito da saúde mental
Estamos numa data oportuna para falar sobre a importância do farmacêutico clínico no âmbito da saúde mental. É que 10 de outubro é o Dia Mundial da Saúde Mental, e por este motivo o Conselho Regional de Farmácia do Estado de Mato Grosso (CRF-MT) procurou a Doutora Vanessa Gazoni, farmacêutica que atua na equipe multiprofissional da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática em Mato Grosso (ABMP-MT).
Dentre outras coisas, ela revela que se faz necessária a intervenção do farmacêutico clínico com a equipe multidisciplinar em três vertentes: na assistência farmacêutica para efetivar o melhor tratamento para pacientes com transtornos mentais, já que o medicamento na maioria dos casos psiquiátricos é de uso imprescindível; na atenção farmacêutica visando facilitar a adesão e o entendimento da terapia medicamentosa, orientação correta de uso, avaliação de possíveis interações, e promover o uso racional de medicamentos; e na prevenção, promoção e recuperação da saúde deste paciente no âmbito físico, mental e energético.
“Cabe ressaltar que o farmacêutico que atua na saúde mental trabalha constantemente junto à equipe multidisciplinar, ou seja, no acompanhamento farmacoterapeutico, de forma que possamos contribuir para que os resultados em saúde , nesta população, possam ser os mais efetivos e seguros possíveis. Lembrando que a atuação do farmacêutico no âmbito da saúde mental também requer conhecimentos e habilidades específicas. Já estamos numa grande evolução, com atuação nas CAPs, SUS, Hospitais privados e Clinicas privadas participando das discussões clinicas na equipe multidisciplinar, porém há muito o que se fazer ainda, até porque os dados nos evidenciam que alguns transtornos mentais como depressão e ansiedade já são considerados como problemas de saúde pública.”
“É importante destacar, também, que para contemplar a evolução de sinais ou sintomas psicopatológicos a equipe multidisciplinar/multiprofissional deverá articular os conhecimentos clínicos e especificidades de sua área clínica de atuação. Na Associação Brasileira de Medicina Psicossomática – Regional de Mato Grosso (ABMP-MT), no NeuroTEA, a equipe multidisciplinar/multiprofissional entre neuro, psicólogos, psicanalistas, psicopedagogos, farmacêutico, profissional da educação física e terapeutas (PICs) articulam o seu objeto de formação para inter-relacionar saberes clínicos atualizados, operacionalizando a teoria, o método e a prática”.
Na avaliação de Vanessa Gazoni, hoje a profissão farmacêutica está se movendo de um paradigma técnico para social, focados no paciente, no usuário de medicamentos, bem como, na prevenção, promoção e recuperação da saúde. “No Brasil, essa transformação vem contribuindo significativamente para a evolução da profissão, oferecendo uma oportunidade de resgate da tríade farmacêutico-paciente-multidisciplinaridade“, concluiu.
Saiba mais
O número de brasileiros com transtornos mentais aumenta a cada ano, destacando a elevação no consumo de medicamentos, principalmente os da classe psicotrópicos/psicofármacos (Ex: Benzodiazepinicos – Clonazepam). Dados recentes fornecidos pelo Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, 3% da população geral padece com algum transtorno mental severo e persistente, além disso, 6% da população manifesta transtornos psiquiátricos graves derivados do uso de álcool e outras drogas e 12% da população apresenta deficit de algum atendimento em saúde mental seja ela de forma continua ou eventual.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, atualmente 450 milhões de pessoas tem apresentado perturbações mentais, neurobiológicas ou questões psicossociais (Ex: depressão, transtorno afetivo bipolar, esquizofrenia, transtornos de ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, demência, deficiência intelectual, transtornos de desenvolvimento, incluindo o autismo, entre outros).