Farmacêuticos precisam se precaver de infecções na hora de acolher, avaliar e cuidar de seus pacientes, orienta o CRF-MT
Por ser um profissional da área da saúde, o farmacêutico está muito mais vulnerável à infecção do Coronavírus, e por isso deve tomar todos os cuidados, principalmente no acolhimento do paciente.
Farmácias abarrotadas e farmacêuticos desprotegidos de possíveis contágios na hora do acolhimento dos pacientes, infelizmente, ainda é comum de se ver, até mesmo nas circunstâncias atuais, em que a pandemia do novo coronavírus assombra o mundo inteiro. Por este motivo, o autocuidado dos profissionais da área farmacêutica tem motivado o Conselho Federal de Farmácia e os Conselhos Regionais a uma importante campanha de conscientização, que o Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso (CRF-MT) vem aqui reforçar.
O Vice-Presidente da Junta Diretiva do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Mato Grosso (CRF-MT), Gerson Antônio Pianetti, lembra que o farmacêutico está num grupo de risco, e por isso tem que ter os cuidados redobrados, como todos os profissionais de saúde, sobretudo quando está na farmácia. “Ele tem que guardar distância do cliente e deve se proteger com a máscara, além de estar sempre higienizando as mãos, porque sempre estará diante de uma aglomeração de pessoas, que em geral estarão falando bem próximas a ele”, explicou.
Há poucos dias, através do Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos (Cebrim), o Conselho Federal de Farmácia lançou um Guia de Bolso sobre os autocuidados do Farmacêutico.
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Não utilize álcool gel caseiro!!! Não corra este risco
*( Artigo da farmacêutica Daniela de Souza Vial Dahmer )
Na camada mais superficial da pele podem ser encontradas bactérias, além de fungos e vírus como o Coronavírus. Portanto, a higienização das mãos é uma das medidas de prevenção individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação desse e outros vírus. Esta higienização pode ser realizada com a lavagem das mãos por no mínimo 01 minuto com água e sabão, principalmente em situações que não se tem disponível para uso o álcool gel 70°.
A utilização do álcool gel 70⁰ fundamenta-se na sua ação germicida. O produto ao entrar em contato com a pele elimina 99,9% dos vírus e bactérias, devido a sua ação saneante, assim como a lavagem com água e sabão. Caso o indivíduo se exponha novamente aos fatores de contaminação, deve ser realizada novamente a higienização das mãos.
O álcool gel 70⁰ além de ser um eficiente agente no procedimento de higienização das mãos, apresenta facilidade de aplicação, necessitando apenas de orientações quanto à sua utilização. Ou seja, deve-se aplicar quantidades pequenas suficientes para cobrir todas as mãos. Lembrem-se sempre de retirar os adornos (anéis, pulseiras, etc.), antes da aplicação.
O álcool em outras concentrações não tem o mesmo efeito germicida e desinfetante do produto a 70⁰ seja gel ou líquido, que nessa concentração alcoólica o mesmo possui grande eficácia na eliminação de micro-organismos patológicos causadores de contaminação e doenças.
Além da concentração alcoólica exata é necessário que os componentes da formulação sejam compostos de matérias primas que auxiliem essa higienização. Nesse período de pandemia do Coronavírus (COVID-19), tem circulado vídeos ensinando a produção caseira de álcool gel utilizando gel de cabelo e gelatina. Não recomenda-se esta prática, pelo fato dessa “receita” não atingir a concentração exigida para o efeito germicida. Compare abaixo as formulações do álcool gel 70⁰ e da fórmula do gel de cabelo. Este último tem apenas ação de fixação dos cabelos, uma vez que gelatina nada mais é do que colágeno, uma proteína estrutural que compões nosso organismo.
Ressalta -se que a adição de álcool doméstico na formulação do gel de cabelo ou em gelatina, não atingirá a concentração necessária para prevenção do Coronavírus.
Formulação do Álcool gel 70⁰
- Álcool etílico 96º
- Carbopol 940
- Propilenoglicol
- Aminometilpropanol
- Água deionizada
Formulação do gel de cabelo
- EDTA Dissódico
- Acnibio MR
- Optasense G40
- Fixate G-100
- VPQ 108 GL
- Propilenoglicol
- Fragrância hidrossolúvel
- Água deionizada
#FarmacêuticosUnidoscontr oCoronavírus
Fonte:
BRASIL. Farmacopeia Brasileira, volume 1 / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2010. 546p., 1v/il.
BRASIL. Farmacopeia Brasileira, volume 2 / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2010. 904p., 2v/il.
OMS. Organização Mundial de Saúde.
- A Dra. Daniela de Souza Vial Dahmer é Mestre em Biociência pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Professora Interina da Unemat