Farmacêutico alerta para os cuidados com as hepatites virais
Milhões de pessoas podem ser portadoras do vírus das hepatites “B e C” sem saber. Isso porque a doença é de evolução silenciosa e quase sempre não apresenta sintomas. Hoje (28.07) é comemorado o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais e o conselheiro regional e tesoureiro do CRF-MT, Ednaldo Anthony fala sobre esse tema que é muito importante.
Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS) do ano de 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 264.640 (36,8%) aos de hepatite B, 279.872 (38,9%) aos de hepatite C e 4.259 (0,6%) aos de hepatite D.
Ainda de acordo com o Boletim Epidemiológico do MS os óbitos por hepatite C são a maior causa de morte entre as hepatites virais. De 2000 a 2020, foram identificados 62.611 óbitos associados à hepatite C (76,2% do total de óbitos por hepatites virais). Em todos os casos, as notificações de casos representaram queda nos últimos anos. A Hepatite A, por exemplo, apresentou redução de 95,6% entre 2011 e 2021.
Ednaldo destaca que a principal forma de prevenção da infecção pelo vírus da hepatite B é a vacina, que está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para todas as pessoas não vacinadas, independentemente da idade. Para crianças, a recomendação é que se façam quatro doses da vacina, sendo: ao nascer, aos 2, 4 e 6 meses de idade (vacina pentavalente). Já para a população adulta, via de regra, o esquema completo se dá com aplicação de três doses. Para população imunodeprimida deve-se observar a necessidade de esquemas especiais com doses ajustadas, disponibilizadas nos Centros de Imunobiológicos Especiais (CRIE).
“O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para todos os tipos de hepatites, independentemente do grau de lesão do fígado.
Lembrando que a hepatite A é uma doença aguda e o tratamento se baseia em dieta e repouso. Geralmente melhora em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção. Todas as hepatites virais devem ser acompanhadas pelos profissionais de saúde, pois as infecções podem se agravar.
Ednaldo explica que o farmacêutico pode atuar na promoção, prevenção e recuperação da saúde dos pacientes com hepatites virais, como por exemplo, no combate e na prevenção da doença com a aplicação de vacinas, na realização de exames para o diagnóstico precoce, na dispensação dos medicamentos para tratamento da doença e de intercorrências, entre outras.
“A hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente. As hepatites B e D têm tratamento e podem ser controladas, evitando a evolução para cirrose e câncer”, afirma o farmacêutico.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico se dá por meio de exames de sangue de sorologia. No caso das hepatites B e C, o teste rápido, que utiliza uma gota de sangue, dá o diagnóstico em 15 minutos. Após o teste rápido positivo, o exame laboratorial PCR é realizado no sangue, para confirmar a presença do material genético do vírus.
Os tratamentos para as hepatites B e C são baseados em medicamentos orais antivirais, fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “A hepatite A não requer tratamento específico, mas necessita de acompanhamento. Alguns pacientes com hepatite B crônica e todos os pacientes com hepatite C crônica necessitam de tratamento com medicações antivirais”, esclarece Ednaldo.
Julho Amarelo
A campanha “Julho Amarelo” foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 e tem por finalidade reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. Essas infecções podem ocorrer por relações sexuais desprotegidas, entre outras formas, e alguns quadros preocupam infectologistas por danos permanentes no fígado.