Farmacêutico alerta: Cuidados com a dengue e o perigo da automedicação
Até esta quarta-feira (13.03), o Brasil já lamenta o registro de 391 óbitos por dengue, conforme dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. O levantamento revela que os casos prováveis da doença atingiram a marca de 1.538.183, com 854 mortes em investigação.
Os números revelam uma distribuição desigual entre os gêneros, com 55,5% dos casos prováveis afetando mulheres e 44,5% homens. Quanto à faixa etária, os dados continuam a apontar para a preocupante tendência de maior incidência entre os 30 e 39 anos, seguida pelos grupos de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos. Para entender melhor sobre os cuidados necessários e os riscos da automedicação, conversamos com o farmacêutico e conselheiro regional do CRF-MT, Dr. Dariston Pires.
A dengue, uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, pode apresentar sintomas graves e até mesmo levar à morte se não for tratada adequadamente. Entre os sintomas mais comuns estão febre alta, dores musculares intensas, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele. O diagnóstico precoce e o tratamento correto são fundamentais para evitar complicações.
O Dr. Dariston destaca a crucial importância de procurar assistência médica assim que surgirem os primeiros indícios da doença. É fundamental estar ciente de que atualmente as pessoas com sintomas de dengue têm a opção de realizar testes rápidos em farmácias e drogarias para um diagnóstico precoce. “A dengue é uma condição séria que pode progredir rapidamente. A automedicação pode obscurecer os sintomas e complicar o diagnóstico adequado. Portanto, é imprescindível buscar orientação médica diante de qualquer sintoma suspeito”.
Um dos erros mais comuns da população é a automedicação com analgésicos e antitérmicos, como o paracetamol e o ibuprofeno, para aliviar os sintomas da dengue. “Esses medicamentos podem até mesmo piorar a situação em alguns casos, especialmente se o paciente já estiver com alguma complicação hepática devido à dengue”, alerta o farmacêutico.
Além disso, o Dr. Dariston destaca que o uso indiscriminado de antibióticos, muitas vezes associado à automedicação, não é eficaz no tratamento da dengue. “A dengue é uma doença viral, e os antibióticos não têm efeito sobre vírus. Seu uso desnecessário pode contribuir para o aumento da resistência bacteriana e prejudicar o tratamento de outras infecções no futuro”, explica.
Para prevenir a dengue, é essencial adotar medidas de controle do mosquito transmissor, como eliminar recipientes que possam acumular água parada e utilizar repelentes corporais. “A prevenção é sempre o melhor remédio. Evitar a proliferação do Aedes aegypti em nossas casas e comunidades é fundamental para combater a doença”, enfatiza o farmacêutico.
Anvisa alerta sobre a doação de sangue em casos de dengue
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em parceria com o Ministério da Saúde, divulgou uma Nota Técnica direcionada aos serviços de hemoterapia, com o intuito de fornecer orientações cruciais sobre a triagem de candidatos à doação de sangue e seus componentes.
Lembrando que essas diretrizes têm como objetivo primordial garantir a segurança e a qualidade dos produtos sanguíneos utilizados em procedimentos médicos, resguardando tanto os doadores quanto os receptores.
A importância dessas orientações reside na prevenção de riscos associados à transfusão sanguínea, como a transmissão de doenças infecciosas, e na promoção de práticas seguras e eficazes no processo de coleta e seleção de doadores. Por meio dessa iniciativa conjunta, busca-se fortalecer o sistema de hemovigilância e assegurar a disponibilidade de sangue e hemocomponentes de qualidade para atender às demandas da população, contribuindo assim para a melhoria da saúde pública no país.
Confira a Nota Técnica clicando aqui!