Esclarecendo mitos sobre o DIU de cobre
Depois de cinco décadas de desenvolvimento, onde não faltaram críticas e mal-entendidos, o dispositivo intrauterino (DIU) de cobre se sobressai hoje como o método anticoncepcional reversível mais usado no mundo: cerca de 170 milhões de usuárias, ultrapassando de longe a pílula anticoncepcional que tem cerca de 110 milhões de usuárias, segundo informações da OMS*.
É um método eficaz, prático, sem hormônios, que satisfaz as necessidades contraceptivas da maioria das mulheres. Entre as vantagens do uso do DIU de cobre estão o longo tempo de ação (10 anos), baixo índice de gravidez, intervenção única para seu uso e poucos efeitos indesejados.
O Sistema Único de Saude (SUS) disponibiliza para as mulheres o DIU TCu 380 (DIU de cobre).
Para responder as principais dúvidas sobre o assunto que podem ser empecilhos para que as mulheres escolha utilizar o DIU de cobre, confira o material do Blog da Saúde:
O DIU é seguro?
Sim, a eficácia do DIU é de 99,3% ·.
Quem pode usar o DIU?
O DIU pode ser utilizado desde a adolescência até a menopausa. Hoje já se sabe que uma mulher que nunca passou por uma gestação, mesmo adolescente, e aquela que passou por uma cirurgia cesariana, podem ser candidatas ao uso do DIU. Além disso, pode ser usado por mulheres que estão amamentando e não interfere na produção, quantidade e qualidade do leite materno
Quem não pode usar o DIU?
O DIU é contraindicado para mulheres que estejam apresentando no momento Doença Inflamatória Pélvica, Infecções sexualmente transmissíveis, miomas que distorçam a cavidade uterina, sangramento vaginal sem diagnóstico, malformações uterinas e estreitamento do canal do colo uterino, câncer do colo de útero e do endométrio.
O DIU é abortivo?
Não, o DIU não é abortivo. É um método contraceptivo que, por sua presença física e efeitos no útero, impede o encontro do óvulo com o espermatozóide. Ou seja, o DIU age antes do processo de fecundação do óvulo, não havendo razões para a associação.
O DIU pode deixar a mulher infértil?
Não. O DIU não provoca infertilidade. Se a mulher quiser engravidar, o DIU pode ser retirado a qualquer momento.
O DIU influencia na menstruação?
O DIU de cobre pode intensificar o fluxo menstrual e até causar mais cólicas nos primeiro três meses apos à inserção sendo esse sintoma de caráter transitório, na maioria das mulheres.
Quando se deve colocar o DIU?
Para mulheres que estejam menstruando regularmente, o DIU pode ser inserido a qualquer momento durante o ciclo menstrual, desde que haja certeza de que a mulher não esteja grávida, que não tenha malformação uterina e não existam sinais de infecção. Pode ser inserido, preferencialmente, durante a menstruação, pois tem algumas vantagens: se o sangramento é menstrual, a possibilidade de gravidez fica descartada; a inserção é mais fácil pela dilatação do canal cervical; qualquer sangramento causado pela inserção não incomodará tanto a mulher; a inserção pode causar menos dor.
Após o parto, o DIU pode ser inserido durante a permanência no hospital, se a mulher já havia tomado essa decisão antecipadamente. O momento mais indicado é logo após a expulsão da placenta. Porém pode ser inserido a qualquer momento dentro de 48 horas após o parto. Passado esse período, deve-se aguardar, pelo menos, quatro semanas.
Após aborto espontâneo ou induzido, o DIU deve ser colocado imediatamente, se não houver infecção e caso a mulher deseje utilizar o método.
Dói para colocar o DIU?
Esta é uma questão que depende da sensibilidade de cada mulher a dor. Em pessoas que já tiveram parto normal, por exemplo, a dor não é um relato comum. De qualquer forma, o procedimento, em geral, é simples e indolor, podendo trazer apenas um leve incômodo para a implantação. A retirada do DIU também é um procedimento simples e em geral indolor.
O dispositivo pode incomodar ou doer no útero após a implantação?
No primeiro mês, sim, pois o dispositivo pode ficar mal posicionado e vai se acomodando com o tempo. Depois desse período, incômodos ou dores na região do útero devem ser investigados.
O DIU pode sair do lugar?
Sim. Porém, são raras as situações, tanto do DIU sair do lugar como também o útero expulsar o dispositivo.
Na relação sexual, o homem pode sentir o DIU?
Não. O que pode ser sentido pelo parceiro na relação sexual é o fio de nylon que acompanha o dispositivo, se ele for cortado muito curto depois da colocação. Nestes casos, deve-se trocar o DIU.
Uso do DIU necessita de outro método adicional?
É sempre recomendada que seja realizada a dupla proteção, ou seja , que seja utilizado também o preservativo feminino ou masculino em todas as relações sexuais (oral, anal ou vaginal), pois são os únicos métodos que protegem de infecções sexualmente transmissíveis, inclusive HIV/Aids, sífilis e hepatites virais.
Mulheres com doenças crônicas podem utilizar o DIU?
Sim. Mulheres com doença cardíaca valvar, diabetes e câncer de mama, entre outras situações, podem utilizar o DIU de cobre. O dispositivo não aumenta o risco de infecções pélvicas.
O uso do DIU pode causar câncer?
Não há evidências de que o DIU aumenta o risco de neoplasia intra-epitelial cervical ou câncer de colo uterino.
Métodos de imagem como Ressonância Magnética podem ser realizados em usuárias de DIU?
Sim. Mulheres que utilizam DIU de cobre podem realizar ressonância magnética da pelve com segurança. Não há alteração significativa da temperatura intrauterina nesses casos. Ainda assim, é importante lembrar ao radiologista que vai fazer o exame que a mulher utiliza o DIU.
Gabi Kopko, com informações da Professora Juliana Silva Barra, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Minas Gerais, para o Blog da Saúde.
*Centers for Disease ControlPrevention Internet. US Selected Practice Recommendations for Contraceptive Use, 2013. cited 2015 Jan 15. Available from: <http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr6205a1.htm> ?
*World Health Organization. Medical eligibility criteria for contraceptive use 2009. cited 2015 Jan 15. Available from: <http://www.who.int/reproductivehealth/ publications/family_planning/9789241563888/en/> ?
Fonte: Ministério da Saúde