DEU NO DIÁRIO DE CUIABÁ – Automedicação pode causar graves danos à saúde
Confira a reportagem da jornalista Joanice de Deus, em que o entrevistado foi o Presidente da Comissão de Ética do CRF-MT, Leandro Barbosa:
Automedicação pode causar graves danos à saúde
No caso da dengue, o uso de anti-inflamatório ou ácido acetilsalicílico pode provocar hemorragia
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JOANICE DE DEUS
Da Reportagem
No verão, os casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como a dengue, zika e chikungunya tendem a aumentar. Diante dos primeiros sintomas, algumas pessoas costumam se automedicar o que representa um risco à saúde. Alertar sobre os perigos dessa prática e orientar sobre o consumo de medicamento de forma adequada a fim de assegurar seus efeitos e eficácia com segurança são algumas das atribuições do farmacêutico, profissional da saúde que atua em 10 grandes áreas diferentes e 135 especialidades e que tem seu dia comemorado neste domingo (20).
“No caso das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, principalmente a dengue, se a pessoa toma um anti-inflamatório ou medicamento derivado do ácido acetilsalicílico (ou ASS), ela pode ter uma hemorragia. É um risco seríssimo. Nesse sentido, a gente sempre orienta o paciente. O papel do farmacêutico é dissuadir o paciente da sua intenção de se automedicar”, disse o presidente da Comissão de Ética do Conselho Regional de Farmácia (CRF/MT), Leandro Barbosa.
Uma forma de diminuir os riscos é fortalecer o elo entre o paciente e o profissional. Tanto que o slogan das atividades programadas em comemoração da data é “Onde tem saúde e qualidade de vida, tem um farmacêutico. Quer ver?”. “As farmácias e as drogarias são a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Geralmente, são a primeira alternativa das pessoas, que procuram para tirar dúvidas e onde o profissional dá as devidas orientações e faz os encaminhamentos se for necessário, como para que procure uma policlínica ou o médico”, frisou.
Além dos perigosos efeitos colaterais e outras reações, o remédio tomado de forma inadequada pode mascarar sintomas e o correto diagnóstico da doença. No caso da dengue por exemplo, algumas pessoas, por confundi-la com a gripe comum, não procuram médico ou posto de saúde para receberem as orientações a respeito do tratamento correto da doença. Assim, aos primeiros sintomas, ingerem remédios por conta própria, sem saber que isso pode agravar o quadro da doença ou até levá-las à morte.
Logo, a aquisição de medicamentos tanto para combater sintomas da dengue ou qualquer outro agravo deve ser precedida por uma consulta médica para que o paciente possa ser avaliado de forma completa e corretamente diagnosticado. Já os estabelecimentos que vendem ou distribuem medicamentos devem ter o profissional farmacêutico para orientar o paciente sobre os devidos cuidados e recomendações sobre a melhor forma de administrar o remédio.
PROFISSÃO – Atualmente, são quase 220 mil farmacêuticos inscritos nos conselhos de Farmácia, sendo que aproximadamente 75% deles atuam nas farmácias de qualquer natureza (aquelas que prestam atendimento diretamente ao paciente, à comunidade). Conforme o Censo da Educação Superior, em 2016 havia 115 mil estudantes matriculados em 510 cursos de Farmácia. O Brasil detém um quarto de todos os cursos de graduação em Farmácia do mundo. São colocados 18 mil novos farmacêuticos no mercado por ano.
“Em 2018, a profissão farmacêutica figurou como a terceira com o maior número de contratações formais no mercado de trabalho”, comenta o presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF),Walter Jorge João. “A farmácia é uma profissão diversa e essencial, e o CFF tem, de fato, evidenciado isso à sociedade, envolvendo-se e coordenando as principais lutas para que o farmacêutico se destaque cada vez mais e possa cumprir o seu papel no zelo pela saúde pública”, ressalta o presidente.