Britânicos pedem permissão para alterar genes de embriões humanos.
Fonte: O Globo/CFF
A pesquisadora salientou que a intenção é aplicar o experimento em reprodução humana e que seu objetivo é aprofundar a compreensão científica de como um embrião saudável se desenvolve.
Cientistas britânicos pediram permissão para alterar os genes de embriões humanos em experimentos destinados a descobrir mais informações sobre os primeiros estágios do desenvolvimento. O pedido aparece apenas alguns meses depois de pesquisadores chineses causarem furor internacional ao realizarem, pela primeira vez na História, um experimento em que modificaram genes de embriões humanos, abrindo calorosos debates sobre as questões éticas que envolvem o assunto.Desta vez, pesquisadores do Instituto Francis Crick, de Londres, pediram ao órgão regulador de fertilidade do governo britânico licença para realizar experimentos semelhantes. O departamento, por sua vez, confirmou o recebimento do pedido, que ainda será analisado.
A pesquisadora, uma cientista de células-tronco chamada Kathy Niakan, salientou que a intenção é aplicar o experimento em reprodução humana e que seu objetivo é aprofundar a compreensão científica de como um embrião saudável se desenvolve.
“Esse conhecimento pode melhorar o desenvolvimento do embrião após a fertilização in vitro e proporcionar melhores tratamentos clínicos para a infertilidade”, disse ela em um comunicado, acrescentando: “Quaisquer embriões doados seriam utilizados apenas para fins de pesquisa”.
Cientistas de todo o mundo estão atualmente debatendo o potencial uso futuro da nova tecnologia genética conhecida como CRISPR- Cas9, que permite aos pesquisadores alterarem praticamente qualquer gene, inclusive em embriões humanos.
Embora a tecnologia permita aos cientistas encontrar e alterar ou substituir defeitos genéticos, os críticos dizem que ela também tem o potencial de criar “bebês projetados” — um conceito amplamente desaprovado.
PEDIDOS DE CAUTELA
Em março deste ano, a revista “Nature” publicou um alerta de alguns dos pesquisadores mais respeitados na área, pedindo uma moratória em estudos que envolvam a manipulação genética de espermatozoides, óvulos e embriões humanos. O artigo foi assinado pelo presidente da Aliança para a Medicina Regenerativa, o cientista Edward Lanphier, e por outros quatro especialistas.