Anvisa proíbe fabricação e venda de produtos com moringa oleífera
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a fabricação, importação, distribuição, comercialização e propaganda de produtos que tenham moringa oleífera em sua composição. Segundo a Anvisa, produtos desse tipo vêm sendo comercializados de forma irregular. Pela internet, sites informam que a planta é rica em potássio e vitaminas A e C. Citam, ainda, benefícios como o combate a processos inflamatórios, controle dos níveis de colesterol e açúcar no sangue, retardo do processo de envelhecimento, redução da fadiga e combate a dores musculares.
A farmacêutica Kallyne Bezerra destaca a importância da medida cautelar da agência. “A moringa já vem sendo produzida e indicada por muita gente, só que não existe uma comprovação baseada em evidências, ou seja, dentro da ciência, de que ela funciona pra tudo aquilo que dizem que ela funciona. Vamos supor: ela possui uma quantidade expressiva de cálcio. A questão é: quanto maior a quantidade de cálcio, pior pode ser para um usuário desenvolver um cálculo renal, aquelas famosas pedras nos rins”.
A moringa oleífera é uma planta de origem e vem sendo utilizada na alimentação, tanto na forma in natura quanto em forma de farinha. Embora o produto tenha ficado famoso por ser considerado rico em nutrientes, além dos poucos estudos sobre os benefícios para a saúde humana, também não há avaliação e comprovação de segurança do uso da espécie em forma de alimento.
“É uma planta que traz muitos benefícios à saúde, mas infelizmente ela tem sido utilizada de forma errada. As pessoas estão deixando de utilizar o seu medicamento para doença crônica – por exemplo, artrite, reumatismo e artrose – para usar moringa. A moringa é usada também como suplementação, o que a gente também tem que tomar cuidado – porque não adianta nutricionistas, médicos e farmacêuticos prescreverem e orientarem sobre o uso dessa planta se não há comprovação científica dos reais efeitos dela.”
É importante que todas as pessoas que já utilizaram moringa e que querem continuar utilizando respeitem o prazo que a Anvisa pediu para realizar testes com a planta e somente retomem o seu uso após a divulgação dos resultados dessas pesquisas, caso se comprove a real eficácia e segurança do uso para a saúde humana.
Fonte: Comunicação do CFF
Autor: Murilo Caldas e Denise Coelho