Balanço do Encontro Estadual de Farmacêuticos
Por: Luiz Perlato
Fonte: CRF-MT
Os encontros estaduais de farmacêuticos estão sendo realizados como um preparativo para as Conferências, e nas conferências de saúde os organizadores esperam que os farmacêuticos apresentem um conjunto de propostas discutidas pelos Conselhos, Sindicatos e pela Federação, numa organização coletiva de ideias. Os farmacêuticos devem fazer a defesa dessas propostas nas conferências municipais, estaduais e nacional de saúde.
Profissionais das redes pública e privada, além de acadêmicos, professores e coordenadores de cursos de Farmácia, participaram do Encontro Estadual de Farmacêuticos de Mato Grosso, ocorrido em Cuiabá, na última sexta-feira (22/5), na sede do CRF-MT.
O evento reuniu cerca de 50 participantes, incluindo dois farmacêuticos do setor da saúde indígena, que debateram e apresentaram propostas para a 15ª Conferência Nacional de Saúde. O encontro estadual também serviu de preparativo para o 8º Congresso da Fenafar, que irá acontecer em Cuiabá, em agosto.
Outros destaques foram a participação da superintendente de assistência farmacêutica do Estado e da presidente da Comissão de Farmácia Terapêutica do Estado, bem como do presidente do Sinfar-MT, Wille Márcio Nascimento Calazans, e do representante da Escola Nacional dos Farmaceuticos, Adelir da Veiga.
O representante da Escola Nacional de Farmacêuticos explicou que o encontro foi uma continuação do trabalho realizado em 2014, referente ao diagnóstico dos 10 anos da política nacional de assistência farmacêutica. “Agora é uma oportunidade de pegarmos esse diagnóstico e debater de novo com os farmaceuticos de Mato Grosso, como estamos fazendo em outros estados, para tirar as propostas concretas em relação aos eixos da 15ª Conferência Nacional de Saúde”, disse ele, acrescentando que o encontro também acabou sendo uma preparação para o 8º Congresso da Fenafar que irá acontecer em Cuiabá, no próssimo mês de agosto.
“Será outra grande oportunidade para debatermos com os farmacêuticos daqui a questão da valorização do trabalho farmacêutico, a questão da gestão, a questão do financiamento, todos esses pontos importantes, enfim. Creio que sairão bons resultados daqui de Mato Grosso”, concluiu Adelir da Veiga.
Segundo o presidente do CRF-MT e diretor da Fenafar Alexandre Henrique Magalhães, o debate foi estremamente rico. “Fiquei contente com a riqueza de informações e experências, e as propostas finais, que encaminharemos para a Escola Nacional dos Farmacêuticos, são ricas e importantes”, disse ele, complementando que foi muito gratificante, para o Conselho Regional de Farmácia, fazer parte dos debates e se envolver diretamente enquanto entidade.
“Tivemos a presença de farmacêuticos que atuam tanto no setor privado quanto no setor público, e também acadêmicos de farmácia e professores. Tivemos bastante gente da iniciativa privada, tínhamos acadêmicos, tínhamos professores e tínhamos farmacêuticos que atuam na assistência farmacêutica do SUS – Sistema Único de Saúde e até farmacêuticos que atuam com saúde indígena. Tivemos dois farmacêuticos da saúde indígena. Essa participação de profissionais de diferentes áreas enriqueceu o debate, e as propostas foram a prova disso”, considerou o presidente do CRF-MT.
O encontro teve uma apresentação, feita por Alexandre Magalhães, sobre os eixos da 15ª Conferência, relacionados à Política Nacional de Assistência Farmacêutica e com as teses que serão debatidas no Congresso da Fenafar, em agosto. Ele fez, ainda, uma apresentação das bandeiras de luta da categoria farmacêutica, e posteriormente foi feito um debate, com a escolha dos indicadores que Mato Grosso entendeu como mais importante nos eixos discutidos. Foram estabelecidas as propostas que os farmacêuticos de Mato Grosso irá apresentar no relatório nacional dos encontros.
Os encontros estaduais de farmacêuticos estão sendo realizados como um preparativo para as Conferências, e nas conferências de saúde os organizadores esperam que os farmacêuticos apresentem um conjunto de propostas discutidas pelos Conselhos, Sindicatos e pela Federação, numa organização coletiva de ideias. Os farmacêuticos devem fazer a defesa dessas propostas nas conferências municipais, estaduais e nacional de saúde.
As conferências municipais de Cuiabá já começam no dia 30 de maio, e posteriormente haverá a conferência estadual. Existe ainda o relatório nacional destinado à conferência nacional. O relatório das atividades de Mato Grosso será utilizado dentro do estado e também fará parte do relatório nacional que será também utilizado na conferência nacional.
A coordenadora da assistência farmacêutica do município de Colíder-MT, Lucy Mara Gomes, também participou do evento.”Estando longe da capital, ficamos meio que perdidos ou por fora do que está acontecendo, e por isso, então, sempre que acontece algum evento de Farmácia e tem uma oportunidade eu gosto de estar presente para levar alguma informação a mais para o nosso município. Achei o encontro muito interessante, principalmente devido à conferência de saúde, que irá acontecer nos municípios e a nossa será nestes dias. Acho muito importante levar alguma coisa diferente para o município, porque ficamos limitados, não apenas em função da distância de Cuiabá, mas também porque o município é muito pequeno”, disse a farmacêutica.
Segundo ela, a saúde hoje está vivendo um problema seríssimo em Mato Grosso e também nacionalmente. “Falamos muito de Mato Grosso porque sentimos na pele, principalmente pela judicialização de medicmentos. Hoje não são mais um ou dois processos. Hoje é por quilo que chega, e os juízes, por sua vez, não entendem muito de saúde. Mato Grosso, por sua vez, não está dando suporte pra gente, não por culpa dos profissionais, e sim da situação do governo. O governo que saiu deixou um rombo, e o sucessor ainda não deu conta de colocar a casa em dia. Isso está pesando muito para nós dos municípios pequenos, porque estamos tendo que comprar remédios de até R$ 10.000,00. É um processo judical que teria que vir da farmácia judicial daqui do Estado, e não estamos tendo o retorno. O Estado teria que bancar isso e não está fazendo. Não estamos tendo esse feedback justamente devido à situação do governo estadual”.
A farmacêutica Kelli Carneiro de Freitas Nakata, vice-presidente da Comissão Permanente de Farmácia e Terapêutica de Mato Grosso, avaliou que o encontro em Mato Grosso foi bastante produtivo e de grande importância, por ter trazido o consolidado das avaliações dos 10 anos da política nacional de assistência farmacêutica. “Embora seja uma política recente, nós temos uma política nacional de medicamentos, que é contemporânea ao SUS, e a política nacional de assistência farmacêutica, que completou dez anos em 2014, e desde o ano passado a Escola Nacional de Farmacêuticos, junto com a Fenafar e o Ministério da Saúde, tem promovido oficinas para avaliar como anda essa política, se ela está implantada, o que ela tem de força ou de fraqueza, para que a gente possa atuar no sentido de melhorá-la. Dessa forma estaremos melhorando a qualidade de vida da população. Então, esse encontro de farmacêuticos em Mato Grosso trouxe todo resultado das oficinas que foram feitas no Brasil inteiro, um apanhado de opiniões, de profissionais, de gestores, com toda miscelânia de sucessos e problemas. Portanto, foi um evento importante no sentido de trazer um balanço de como está esta política no Brasil”.
Quem também elogiou a realização do encontro de farmacêuticos em Mato Grosso foi a farmacêutica Larissa Seba. “É importante a gente discutir diretrizes e indicadores que vão fortalecer a questão da saúde e do acesso ao uso de medicamentos”, disse ela, acrescentando que esse evento foi de suma importância, para a questão da valorização do farmacêutico tanto no SUS quanto no âmbito privado.