Situações de alto risco, formação EAD e homenagens marcam o segundo dia do VI Fórum sobre Segurança do Paciente
Nem a chuva que caiu em Belo Horizonte no sábado (04.08) ou a temperatura média de 16° afastaram o público de mais de 700 pessoas que, mais uma vez, lotou o Auditório Nobre do Centro de Atividades (CAD) do Campus da UFMG, durante o VI Fórum Internacional sobre Segurança do Paciente – Erros de Medicação. No segundo dia de evento, a comunicação, o aprendizado prático e o trabalho em equipe nortearam praticamente todos os debates, painéis e mesas-redondas.
A conferência de abertura do dia ficou por conta de Elizabeth Manias que falou sobre “Segurança no uso de medicamentos em pediatria e geriatria: como evoluir?”. Na mesa-redonda: “Medicamentos prioritários para o terceiro desafio global”, Maelly Retto (Sbrafh), Fábio Ferracini (Albert Einstein) e Carlos Henrique Moreira (Sírio Libanês) falaram respectivamente sobre o uso seguro de opioides, anticoagulantes e eletrólitos.
Na sequência, ao falar sobre as estratégias para garantir o preparo seguro de medicamentos, o farmacêutico americano Eric Kastango, da IQ Clinic, lembrou que os erros de medicação geram um prejuízo de 42 bilhões de dólares por ano, em todo o planeta. E o papel das análises (feitas pela Anvisa) dos nomes comerciais na prevenção de erros de medicamentos foi o tema da palestra da bióloga Talita Soares e da farmacêutica Carina França. A tecnologia no sistema de medicação, a transição do cuidado e a polifarmácia e outras situações de alto risco completaram os temas da segunda mesa-redonda do dia.
FORMAÇÃO PROFISSIONAL – “A segurança do paciente deve fazer parte da grade curricular dos cursos da área de saúde” – a frase foi repetida nas quatro palestras do painel “Segurança da medicação, formação e atualização de profissionais da saúde”. Ao abrir espaço para perguntas, o moderador da mesa, Tarcísio Palhano e os palestrantes Vera Lúcia Marra, Elena Bohomol, Alessandra Mesquita e Victor Grabois foram estimulados, por participantes do Fórum, a falar sobre a qualidade da formação dos cursos de graduação a distância na área da saúde e a segurança do paciente. Como todos os integrantes da mesa e praticamente todo o público presente se posicionou contra a formação a distância para a área da saúde, em especial na graduação, as entidades representadas no Fórum devem enviar, em breve, ao Ministério da Educação, uma moção solicitando um posicionamento contrário à formação EAD para os profissionais da saúde.
HOMENAGEM- ao final o do evento, foram homenageadas, com o prêmio Michael Cohen, três personalidades que têm seus nomes gravados na história da farmácia brasileira por serem os pioneiros da Farmácia Clínica no país, e assim, também precursores na promoção da segurança do paciente: Ivonete Batista, Lúcia Noblat e Tarcisio Palhano. Antes da entrega das homenagens foi exibido um trecho do documentário “A origem da Farmácia Clínica no Brasil”, uma produção do CFF, Sociedade Brasileira de Farmácia Clinica (SBFC) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). No vídeo, os homenageados destacam os cursos de especialização em Farmácia Hospitalar realizados no Hospital Onofre Lopes (UFRN) e lembram de alunos que passaram por esses cursos e têm seus nomes registrados na história da farmácia hospitalar no Brasil e na promoção da segurança do paciente. Mário Borges Rosa, presidente do ISMP-Brasil, foi um desses alunos.
“Não tenho nenhum ranço de vaidade! Homenagens assim nos fazem sentir que as pessoas reconhecem nosso trabalho e que dão valor à dedicação de uma vida inteira. Em 1985, a segurança do paciente e a farmácia clínica, já faziam parte da nossa rotina e, como professores, já promovíamos esses ideais junto aos nossos alunos. E nos sentimos, sim, transformadores da história, pois temos a oportunidade de relembrar o passado dedicado à profissão e ao mesmo tempo em que vamos irrigando a sementinha do presente. Isso é muito gratificante”, comentou Tarcísio Palhano, representante do CFF, no evento, e presidente da SBFC.
No encerramento, o médico Walter Mendes, falecido em 2017, também foi homenageado por sua contribuição determinante na criação do Programa Nacional de Segurança do Paciente e do Movimento em Prol da Segurança que levou à fundação da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp). E por fim, foram entregues os certificados para os 10 melhores trabalhos científicos. No total, foram 364 inscritos e 321 aprovados.
“Preciso agradecer a todos os palestrantes e participantes pelos dois dias de intensa troca de experiências e compartilhamento de conhecimento! O ISMP, as entidades parceiras e todos os profissionais da saúde temos um encontro marcado em 2020! Até lá, seguimos juntos trabalhando em prol do uso seguro de medicamentos e da segurança de nossos pacientes”, disse Mário Borges (ISMP) ao encerrar o evento.
Fonte: Comunicação
Autor: CFF