Estudo demonstrou o impacto da intervenção farmacêutica na redução da pressão arterial de homens afrodescendentes hipertensos
A hipertensão não controlada é um grande problema em saúde pública, especialmente entre homens negros não-hispânicos. Preocupados com esse contexto, pesquisadores da Division of Community RelationsDevelopment, do Smidt Heart Institute at Cedars – Sinai Medical Center (EUA), realizaram um estudo que envolveu 319 homens negros, hipertensos, com pressão arterial sistólica de 140 mmHg ou mais, frequentadores de 52 barbearias cujos proprietários eram negros, cenário nada tradicional para cuidados de saúde. O estudo teve duração de seis meses.
O trabalho baseou-se no acompanhamento dos pacientes por meio de intervenções farmacêuticas e na avaliação de seu impacto sobre a pressão arterial desses homens hipertensos. As intervenções consistiam em reuniões, encorajadas pelos próprios barbeiros e conduzidas por farmacêuticos treinados em cardiologia, os quais podiam prescrever medicamentos de forma colaborativa com os médicos que atendiam os pacientes. Além disso, os participantes foram incentivados a mudar o estilo de vida.
A primeira intervenção farmacológica foi a prescrição de terapia anti-hipertensiva altamente efetiva, com base em um protocolo fundamentado em evidências científicas. A maioria dos homens iniciou o tratamento com um bloqueador dos canais de cálcio di-idropiridínico, associado a um inibidor da enzima conversora de angiotensina ou a um bloqueador do receptor da angiotensina. Na próxima etapa do tratamento, conforme necessidade, adicionou-se um diurético tiazídico, seguido por um antagonista de aldosterona.
Em seis meses de monitoramento, esse simples incentivo para que os pacientes mantivessem um estilo de vida mais saudável e fossem às consultas médicas, resultou em significante redução da pressão arterial sistólica média dos participantes. A redução da pressão arterial sistólica média foi cerca de 21 mmHg maior entre os pacientes que receberam intervenção farmacêutica do que entre os que não a receberam (grupo controle), diz o estudo.
Durante todo o período do experimento, os farmacêuticos mantinham contato frequente com os participantes. Foi realizada cerca de uma visita presencial por mês, mais quatro contatos telefônicos por iniciativa dos farmacêuticos e seis mensagens adicionais ou chamadas telefônicas por iniciativa dos pacientes.
O estudo, intitulado “A Cluster-Randomized Trial of Blood-Pressure Reduction in Black Barbershops” foi publicado na renomada revista científica The New England Journal of Medicine, na edição de 12 de Março de 2018 (em Inglês).
Fonte: Comunicação do CFF