Talk Show – Doenças raras e negligenciadas: contribuições da farmácia magistral para ampliação do acesso a medicamentos no SUS
O Congresso Brasileiro de Ciências farmacêuticas, que acontecerá de 15 a 18 de novembro, em Foz do Iguaçu, reunirá grandes especialistas e representantes de entidades do setor farmacêutico nacional e internacional. Assuntos como doenças raras e negligenciadas também terão seu espaço em debates realizados neste megaevento. Quem conduzirá um Talk Show sobre esse tema, com foco nas contribuições que a farmácia magistral pode dar para ampliação do acesso a medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), será o presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Dr. Ademir Valério. Farmacêutico bioquímico, especialista em Manipulação Magistral e em Homeopatia, Ademir explica que o formato de palestra Talk Show é uma proposta interativa, em que os temas serão colocados em debate entre os participantes.
Existem de 6 mil a 8 mil tipos de doenças raras descritas. Essas doenças são definidas pela Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como aquelas que afetam até 75 pessoas a cada 100 mil indivíduos. São, geralmente, crônicas, progressivas, degenerativas e, muitas vezes, com risco de morte. Uma das mais conhecidas é a hemofilia, condição hereditária que afeta a coagulação no sangue. Também são exemplos a acromegalia, que provoca aumento das mãos, pés e tecidos moles (nariz, orelhas, lábios e língua) entre outros sintomas; a doença de Gaucher, que causa alterações no fígado e baço; e a doença de Crohn, inflamação crônica que atinge o intestino.
Já as doenças negligenciadas são aquelas causadas por agentes infecciosos ou parasitas e ocorrem mais em populações de baixa renda, especialmente da África, Ásia e América Latina – regiões onde investimentos em pesquisa, produção de medicamentos e controle são muito reduzidos. Alguns exemplos são a doença do sono (tripanossomíase humana africana), doença de Chagas, leishmaniose, infecções por helmintos específicos (filariais), malária e HIV pediátrico.
De acordo com o Dr. Ademir, a farmácia magistral tem muito a contribuir com o tratamento dessas doenças, pois tem expertise na preparação de produtos e medicamentos voltados para a solução da saúde personalizada, sendo possível formular tratamentos para praticamente todas as especialidades médicas e para todos os perfis de pacientes. “Existem hoje, no Brasil, mais de 7 mil farmácias magistrais, cuja tecnologia e capacidade de preparação de produtos farmacêuticos e medicamentos pode ser um importante braço do SUS na ampliação do acesso a esses medicamentos”, explica o presidente do Conselho de Administração da Anfarmag.
A atuação do farmacêutico é fundamental para diminuir o problema das doenças raras e negligenciadas, já que este é um profissional de saúde que atua tanto na comunidade como junto aos pacientes. “Ele pode apoiá-los na busca de diagnósticos precisos, em conjunto com outros profissionais especializados ou na avaliação de melhores soluções terapêuticas, no encaminhando a especialistas e pela educação preventiva em saúde”, explica Ademir. Ele acrescenta que, para atuar nesse campo, o farmacêutico deve estar atento aos programas estabelecidos pelos órgãos públicos; buscar aprimoramento referente a insumos utilizados nessas patologias; participar de grupos de trabalhos em universidades, secretarias de saúde, Anvisa ou câmaras legislativas; e conhecer bem a região em que atua, bem como o perfil dos pacientes, por meio do diálogo com as vigilâncias sanitárias.
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Fonte: Comunicação do CFF
Autor: Murilo Caldas