Risco cardíaco maior para as diabéticas
Fonte: Correio Braziliense/CFF
Uma revisão de estudos conduzido no Hospital of Southeast University, na China, com dados de 11 milhões de pessoas, indica que elas são em torno de 40% mais propensas a sofrerem de síndromes coronárias agudas
Mulheres com diabetes devem ficar ainda mais atentas às complicações cardíacas desencadeadas pela doença metabólica. Uma revisão de estudos conduzido no Hospital of Southeast University, na China, com dados de 11 milhões de pessoas, indica que elas são em torno de 40% mais propensas a sofrerem de síndromes coronárias agudas, como ataque cardíaco ou angina, do que os homem diabéticos.
Essa diferença conforme o gênero do paciente ainda não havia sido mensurada cientificamente.O estudo inédito será apresentado hoje no encontro anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD), em Estocolmo. Os pesquisadores consideraram estudos realizados em três continentes: cinco pesquisas da América do Norte, sete da Europa e seis na Ásia, incluindo países como Canadá, Estados Unidos, China e Alemanha. Ao analisar os dados, concluíram que o risco relativo de complicação cardíaca era de 2,46 para mulheres com diabetes e 1,68 para homens na mesma condição. Há um risco aumentando, portanto, de 38% para elas.
Xue Don, líder do estudo, ressalta que a constatação deve servir de base para o desenvolvimento de ações mais individualizadas de combate a ambas as complicações. “Devemos evitar o preconceito sexual na doença cardiovascular, tomar todas as medidas necessárias para diagnosticá-la precocemente e controlar os fatores de risco de forma abrangente, a fim de garantir os tratamentos mais adequados e os melhores resultados possíveis”, diz.
A abordagem focada em gênero é importante porque o diabetes costuma acometer mais as mulheres. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, 9 milhões de brasileiros têm a doença metabólica, sendo que 5,4 milhões são mulheres. O excesso de peso é um dos fatores para o desencadeamento do problema. E a obesidade também é maior entre elas. De acordo com o Ministério da Saúde, 18,2% das brasileiras são obesas, contra 17,9% dos homens.