Participante sugere maior aplicação da PNAF
Por: Luiz Perlato
Fonte: CRF-MT
“É necessário colocar mais em prática e conhecer mais do serviço público e da saúde pública”, diz Fernanda Dotto.
“O profissional farmacêutico vem ocupando, cada vez mais, o seu espaço. Talvez o que falta é nós, enquanto farmacêuticos, nos apoderarmos desse novo processo da política nacional, que está fazendo 10 anos. Temos que nos apoderar mais dessa política”. A avaliação é de Fernanda Dotto, representante do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde.
Segundo Fernanda, é necessário colocar mais em prática e conhecer mais do serviço público e da saúde pública. “O profissional farmacêutico com esse conhecimento mais o conhecimento técnico em medicamento ele abre um leque muito grande de contribuição para o seu município, e não somente na assistência farmacêutica. Portanto, tivemos grandes avanços, mas precisamos, enquanto farmacêuticos, nos apoderar mais desse conhecimento, dessa política, para que realmente possamos fazer com que ela aconteça, principalmente nos municípios”.
Inserção e valorização
Ainda segundo Fernanda, a maior dificuldade, hoje, está na inserção do farmacêutico no serviço público, para que ele possa, no serviço público, também, exercer essa função, de aconselhar e de fazer uma atenção farmacêutica, de esclarecimento e de orientação, para que a terapêutica medicamentosa seja realmente eficiente.
Além da inserção, na avaliação de Fernanda falta um pouco mais de valorização do profissional em ser entendido como peça fundamental dentro do processo das políticas públicas municipais, estaduais e do Ministério da Saúde. Que ele seja uma ferramenta do uso racional do medicamento, que ele exerça o seu conhecimento técnico para essa orientação. Mas para isso o farmacêutico precisa de apoio total do gestor, conhecimento técnico e, principalmente, ele precisa querer, ele precisa gostar e conhecer.
“Hoje eu acho que o anseio principal de todos os farmacêuticos inseridos na rede pública municipal é que a gente seja valorizado enquanto técnico de uma equipe multiprofissional, que vá exercer a sua profissão para um objetivo único, que deve ser de um médico, de um enfermeiro, do farmacêutico, do assistente social, enfim, de qualquer profissão que venha agregar, na saúde pública. Ele tem um objetivo comum, que é o bem-estar do usuário. Fazer saúde pública e, no caso do farmacêutico, o uso racional dos medicamentos atrelado a uma terapêutica eficiente, seja ela qual for”.
Conforme Fernanda, existem farmacêuticos inseridos na rede pública em todos os municípios da região do Médio-Norte de Mato Grosso. “Mas municípios menores têm uma maior dificuldade em conseguir isso, porque hoje também o farmacêutico tem um pouco de resistência em se deslocar até o interior. Muitos desses municípios, com população inferior a 30 mil habitantes, não conseguem remunerar tão bem o profissional farmacêutico, e isso também restringe a ida desses profissionais até os municípios do interior”, explica ela.