CRF-MT promoveu Plenária Temática sobre o Piso Salarial dos Farmacêuticos
A 7ª Reunião Plenária do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso (CRF-MT) entrou para a história da categoria farmacêutica na noite da última quinta-feira (21.07), com a apresentação do Projeto de Lei 583/2022 que trata do Piso Salarial Estadual do Farmacêutico, proposto na Assembleia Legislativa pelo deputado estadual Valdir Barranco (PT).
A proposta fixa piso salarial de R$ 6,5 mil para os farmacêuticos com uma jornada de 40 horas semanais de trabalho. O PL também garante o adicional de Responsabilidade Técnica (RT) no valor correspondente a 10% do piso e o reajuste realizado anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
O presidente do CRF-MT, Luís Köhler abriu o evento destacando a importância da união de todas as entidades de classe, para que o farmacêutico possa ser valorizado. “Hoje o farmacêutico atua em 10 grandes áreas e 135 especialidades diferentes e, é o profissional da saúde mais presente no cotidiano das pessoas”.
Köhler informou que enquanto o mundo parou e temeu com a pandemia, os farmacêuticos permaneceram na linha de frente contra a Covid-19. “A categoria não parou nenhum dia, as farmácias ficaram o tempo todo abertas para atender a população, apesar do alto nível de contaminação, vem seguindo, ininterruptamente, o enfrentamento da pandemia, mesmo diante dos grandes desafios e sobrecargas de trabalho, entre outras situações”.
O deputado estadual, Valdir Barranco (PT) relatou da sua luta contra a Covid-19 e dos 85 dias internado e aproveitou para agradecer todos os profissionais da área da saúde, pelo excelente trabalho realizado durante a pandemia. “Nada mais justo que fazermos esse Projeto de Lei para valorizar os farmacêuticos, pois foi o profissional que esteve todo tempo trabalhando na linha de frente”.
Barranco explica que a realidade atual dos profissionais farmacêuticos deve ser reconhecida e valorizada, como foi da profissão da enfermagem. Por isso, é importante a mobilização pela aprovação do PL nº 583/2022. “Eu já trabalhei por 8 anos dentro de uma farmácia e sei como é a dificuldade de se estar em uma área onde não é valorizado e reconhecido pelo seu trabalho e esforço. Esses profissionais trabalham demais e merecem o reconhecimento necessário”, disse.
Para o presidente do Sinfar-MT, Wille Calazans, o piso salarial é uma luta histórica que pode corrigir disparidades na remuneração dos profissionais farmacêuticos de todo o país. “Será uma luta grande, mas que pode ser vencida com união de toda a categoria. Além disso, temos que ter estratégia e força para que esta batalha travada há 50 anos pela categoria obtenha êxito. Percebemos nesta plenária que todos tem o mesmo pensamento e objetivo. Todos nós precisamos agora lutar por esta conquista”, defendeu Wille.
O conselheiro federal suplente, Dr. Wagner Martins concorda que a profissão é sub-remunerada, apesar de essencial. “A luta dos farmacêuticos é histórica, foi preciso uma pandemia para que as pessoas entendessem a importância destes profissionais que estão desde o início na linha de frente para garantir a saúde da população. Acredito que vale todas as articulações políticas, desde as estaduais como as nacionais no sentido de aprovar o piso salarial do farmacêutico”, avaliou.
No final da Plenária os conselheiros regionais aprovaram a Deliberação sobre a mobilização permanente em defesa da valorização profissional do farmacêutico. “Convocamos toda a categoria Farmacêutica do Estado de Mato Grosso ao engajamento na luta em defesa da valorização profissional e pela aprovação dos Projetos de Leis favoráveis à categoria”, finaliza o Köhler.
O parlamentar lembrou, ainda, que o projeto precisa ser aprovado por todos os deputados estaduais para que seja, de fato, efetivado. Ele garantiu que irá lutar pela categoria para que seja aprovado o PL. “Temos que ter toda a categoria unida e mobilizada. Além do mais, depois teremos que fiscalizar porque não adianta só ser aprovado, se transformar em os empresários não respeitarem. Vai ser uma luta travada constantemente para que os farmacêuticos Mato-grossenses tenham os seus direitos garantidos na prática”, disse.