Brasil tem 57,1 mil novos casos de câncer de mama em 2014
Fonte: O Globo
O índice de mortalidade do câncer de mama em mulheres teve uma pequena variação entre 2003 e 2012, passando de 11,9 para 12,1 mortes a cada 100 mil pessoas do sexo feminino. A informação foi publicada no Atlas da Mortalidade 2014, do Instituto Nacional do Câncer José Alencar (Inca). O número de mortes de mulheres por câncer de uma maneira geral também sofreu um aumento neste período: de 72,5 em 100 mil para 75,1 Apesar do crescimento, o Inca classificou o número como estável, considerando correções do crescimento e envelhecimento da população.
A publicação também realizou estimativas de incidência da doença para o ano de 2014 no Brasil. Até o fim de dezembro são esperados 57,1 mil casos novos de câncer de mama, com um risco estimado de 56 casos a cada 100 mil mulheres.
De acordo com o estudo, entre os anos de 2010 e 2013, houve aumento de 51,1% nos exames realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em mulheres de 50 a 69 anos. O Inca afirma que, para rastrear a doença, a mamografia ainda é o exame mais eficiente, pois a detecção precoce do tumor e início ágil do tratamento aumentam as chances de cura.
Para a médica mastologista Maira Caleffi, presidente voluntária da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), é preciso haver mais investimentos no SUS para que o diagnóstico precoce se torne mais eficiente.
— Estamos longe de onde poderíamos estar, pois ainda não temos um registro da performance em todo o Brasil. O investimento do SUS na detecção precoce do câncer precisa aumentar, já que o número de pessoas afetadas cresce ano a ano — afirma a médica.
Entre os homens, o câncer de pulmão e brônquios possui a maior taxa de mortalidade, seguindo a tendência mundial. Em uma década, os números também apresentaram uma tendência de estabilidade. Em 2003, 16,4 a cada 100 mil morriam pela doença. Em 2012, a taxa ficou em 15,5. Só neste ano, o Inca estima 16,4 mil casos novos de câncer de pulmão.
No mesmo período, o índice cresceu entre as mulheres, saindo de 6,1 para 8,1 a cada 100 mil, sendo o segundo tipo da doença que mais mata pessoas do sexo feminino.
O câncer de colo de útero ocupa a terceira posição, apesar de ter registrado queda em dez anos. O índice passou de 5 casos em 100 mil em 2002 para 4,7 casos em 2012. Em números absolutos, no entanto, o número de mortes aumentou, já que a população também cresceu nesse período. Em 2002, a doença matou 4 mil mulheres e, em 2012, 5,2 mil.
O Atlas tem como finalidade auxiliar os profissionais da saúde pública na determinação de prioridades necessárias à prevenção e ao controle do câncer.