Farmacêutica orienta população no combate ao tabagismo
Mais de 8 milhões de pessoas morrem por ano em decorrência do uso do cigarro e assemelhados, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desse total, 1,2 milhão de mortes resultam da exposição passiva, ou seja, da inalação da fumaça de derivados do tabaco por indivíduos não fumantes que convivem com fumantes e respiram as mesmas substâncias tóxicas liberadas pelo fumo.
Nesta segunda-feira (31.05), o planeta celebra mais um Dia Mundial sem Tabaco, data que visa conscientizar a sociedade sobre os males causados pelo tabagismo, que é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência da nicotina presente nos produtos à base de tabaco.
Para falar sobre esse assunto, o Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso (CRF-MT), entrevistou a farmacêutica Cristina Reis para alertar sobre o tema.
Cristina explica que o profissional farmacêutico orienta e conscientiza as pessoas a fazerem o tratamento contra o tabagismo, que é um problema social de saúde e atinge ainda um número preocupante de pessoas na sociedade, inclusive jovens.
“Fazemos toda a orientação e conscientização sobre o tabagismo, alertando essas pessoas sobre os perigos do cigarro. Lembrando que esse vício é responsável por quase a totalidade dos casos de câncer de pulmão e está ligado à origem de tumores malignos em sete outros órgãos (boca, laringe, pâncreas, rins e bexiga, colo do útero e esôfago)”, explica.
A dona de casa, Marli Campos Assunção, de 56 anos, fuma desde os 14 e diz que começou a parar de fumar. Ela revela que tomou essa decisão, porque foi orientada por uma farmacêutica sobre os malefícios do cigarro e da nicotina. Devido a pandemia começou a fazer o tratamento. “Fiquei com medo, porque sei que uma das consequências da Covid é a falta de ar. Por isso, aproveitei a situação e dei o primeiro passo que é parar de fumar”, disse.
Cristina relata a importância do farmacêutico no tratamento, porque quando o paciente parar de fumar, nos dias seguintes ele terá uma forte reação de abstinência no organismo, pois seu corpo vai sentir necessidade e o paciente pode ter uma recaída e acender novamente o cigarro.
“Por isso, o papel do farmacêutico no acompanhamento do tratamento contra o tabagismo é auxiliar a combater os sintomas da abstinência, e preparar o paciente para saber lidar com os gatilhos e condicionamentos comportamentais que levam ao uso do tabaco”, afirma.
O comerciante, Adonias Nunes, contou para o CRF-MT que sua esposa era ex-fumante, mas, com a ajuda de um amigo farmacêutico, ela conseguiu largar o vício. Porém, ela adquiriu vários problemas respiratórios crônicos, inclusive muitas vezes necessitando suporte ventilatório domiciliar.
A farmacêutica destaca que a primeira linha de tratamento com medicamentos é a terapia de reposição de nicotina (TRN). São produtos isentos de prescrição médica (MIPs), que existem na forma de adesivo transdérmico, gomas e pastilhas. Geralmente indicadas para quem fuma mais de 10 cigarros/dia, tem dependência à nicotina alta ou muito alta ou história de falha em abordagens comportamentais. Pacientes que não obtém bons resultados com TRN, deverão fazer tratamentos com medicamentos controlados que são prescritos pelos médicos.