Campanha mundial alerta para a importância da saúde dos rins
Nesta quinta-feira, 12 de março, é celebrando o Dia Mundial do Rim. Idealizado pela Sociedade Internacional de Nefrologia a data tem por objetivo reduzir o impacto da doença renal em todo o mundo. A campanha neste ano visa ressaltar a importância da saúde renal e conscientizar as pessoas sobre a necessidade da prevenção e diagnóstico precoce da doença renal crônica. O farmacêutico é um importante aliado neste processo. A começar pela orientação ao usuário de medicamentos.
O farmacêutico industrial Renato Finotti Junior, vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia do Mato Grosso do Sul, trabalha com hemodiálise há 18 anos. Ele destaca a preocupação que se deve ter com o uso indiscriminado de medicamentos para evitar problemas no futuro. “Pensando em medicamento, a gente tem uma lista enorme de substâncias que podem causar insuficiência renal ou que pelo menos atacam o rim. Grande parte dos medicamentos são eliminados por via renal. Então, a gente tem os anti-inflamatórios não esteroidais, os analgésicos. A gente tem ainda antibióticos e antivirais, muitos medicamentos que realmente sobrecarregam e prejudicam a função renal e precisam ser tomados e administrados de forma consciente, por isso a presença do farmacêutico principalmente no momento da explicação de como deve ser feita essa administração é extremamente importante.”
No começo, a doença geralmente é silenciosa, ou seja, não apresenta muitos sintomas. Por isso o diagnóstico pode ocorrer tardiamente quando funcionamento dos rins já está bastante comprometido, muitas vezes em estágio muito avançado, sendo necessário o tratamento de diálise ou transplante renal. Por isso são fundamentais a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, com exames de baixo custo, como a creatinina no sangue e o exame de urina simples.
O especialista em gestão hospitalar lembra que o farmacêutico é um profissional que hoje já atua tanto na prevenção, como na análise de exames, revisão de prontuários, no controle de infecção, na discussão de casos e no tratamento de pacientes com doença renal crônica. “A presença do farmacêutico nas clínicas de hemodiálise e nos setores de nefrologia nos hospitais é de suma importância. O farmacêutico tem um papel extremamente relevante ajudando realmente o paciente na sua conduta e na sua posologia correta para que se facilite atingir o objetivo da reposição de alguns componentes que em função da cronicidade da doença faz com que o paciente tenha grandes problemas.”
Além de avaliar a qualidade da água usada na hemodiálise o farmacêutico também acompanha a melhor forma de administração de medicamentos durante o processo. “Medicamentos dialisáveis, por exemplo, não podem ser administrados no início da diálise, porque ele vai ser retirado no processo de hemodiálise, tem que ser administrado no final. Em relação à qualidade de água a gente vê que com a evolução dos procedimentos e a presença de um profissional capacitado pra cuidar da qualidade dessa água tá fazendo com que a sobrevida do paciente renal crônico esteja cada dia maior. Para se ter uma ideia, um paciente renal crônico normalmente vai pra clínica três vezes por semana e a cada sessão ele fica em procedimento durante quatro horas em média. Nessas quatro horas passa pelo dialisador dele, que é o que substitui o rim e faz a depuração das injúrias, em torno de 120 litros de água. Então daí a importância da qualidade da água para que não se transmita nenhum tipo de problema e contaminação para o paciente para que ele possa ter uma sessão de diálise bastante tranquila e uma sobrevida cada vez maior.”
O Conselho Federal de Farmácia publicou em setembro do ano passado a Resolução/CFF nº 672 que trata sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito de serviços de diálise. O texto alterou a Resolução/CFF nº 500/2009, sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito de serviços de diálise. A normativa foi atualizada, entre outros pontos, em relação aos serviços de tratamento de água e das atribuições clínicas do farmacêutico e da qualidade dos insumos que são utilizados nesses procedimentos.
Outros aspectos contemplados foram a atuação do farmacêutico no cuidado direto ao paciente e o controle da dispensação de medicamentos, ato privativo, conforme previsto na Portaria nº 344/2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A ideia foi corrigir defasagens da normativa, que era muito simples e limitada apenas ao tratamento de água, não contemplando outras atribuições do farmacêutico que são fundamentais à qualidade do tratamento do paciente submetido aos serviços de diálise.
Mais informações no site da Sociedade Brasileira de Nefrologia – www.sbn.org.br
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Fonte: Rádio NewsFarma