Farmacêutico foi decisivo para salvar vida de idoso com parada cardíaca
Era para ser um atendimento normal a um idoso que foi à farmácia fazer a retirada de dois medicamentos por meio do Programa Farmácia Popular. Mas na manhã de quarta-feira, dia 19 de fevereiro, o aposentado Raimundo Diogo da Silva, 71 anos, passou mal e se debruçou no balcão quando já se preparava para sair da farmácia, por volta de umas 11 horas. Uma cliente pediu socorro e a presença, na farmácia, do farmacêutico Fernando Gonçalves da Silva Dias, 30 anos, foi decisiva para salvar a vida de Raimundo.
“A princípio eu imaginava que seria uma convulsão. Então verifiquei pela receita que ele tomava medicamentos para hipertensão e diabetes. Foi quando notei que o rosto dele estava ficando arroxeado, e comecei a fazer massagem cardíaca”, conta o farmacêutico. As manobras de reanimação foram auxiliadas por uma atendente da farmácia, até que 20 minutos depois, chegaram os policiais militares do 26º Batalhão e a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Dentro da drogaria o atendimento ainda continuou por mais 40 minutos, até que o paciente pudesse ser levado para o hospital. O trabalho não foi fácil, segundo conta o soldado Neilton, que, no momento do fato, patrulhava a região junto com um colega, o sargento Antenor. Os dois chegaram à farmácia antes da ambulância e se revezaram nos procedimentos de reanimação, enquanto esperavam o socorro especializado. “Os sinais vitais voltaram com a massagem cardiorrespiratória, mas ele respirava com bastante dificuldade.”
O farmacêutico Fernando Gonçalves da Silva Dias graduou-se em Farmácia em 2016, pela Faculdade Sena Aires, e atua em farmácias há mais de dez anos, primeiro como balconista e mais recentemente, como farmacêutico. O presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter Jorge João, parabenizou Fernando pela conduta exemplar neste caso, cujo desfecho poderia ser trágico para o paciente. “São atitudes como essas que fazem a diferença no dia a dia da nossa profissão.”
Walter Jorge João lembrou que o fato somente reforça o conceito de farmácia expresso na Lei nº 13.021/14, que exige a presença do farmacêutico em farmácias de qualquer natureza, durante todo o período de funcionamento desses estabelecimentos. “O paciente foi reanimado e pode buscar tratamento em um serviço de saúde especializado porque existia ali, presente na farmácia, um farmacêutico para socorrê-lo”, comentou.
O presidente do CFF lembrou que a instituição trabalhou muito e trabalhou duro para que, hoje, as farmácias pudessem ser reconhecidas como estabelecimentos de saúde. “ E elas são, de fato, a porta de entrada do sistema. Pela sua natureza e a frequência com que são acessadas pela população, não podem e não devem estar desguarnecidas da responsabilidade técnica do farmacêutico, da presença dele durante todo o seu período de funcionamento.
De acordo com o farmacêutico Fernando não foi a primeira vez que os funcionários da farmácia foram surpreendidos com uma situação de emergência. “Já tivemos um caso de convulsão e também acontece bastante casos de glicemia baixa. Pessoas que muitas vezes saem cedo para trabalhar ou resolver alguma coisa e não se alimentam. Abaixa muito a glicemia e chegam passando mal”.
Segundo as últimas informações dos familiares, embora tenha apresentado melhora significativa, Raimundo Diogo da Silva segue em estado grave no Hospital de Santa Maria onde aguarda uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Fonte: Comunicação do CFF*