Implantação da prescrição eletrônica é tema de reunião no CFF
Os aspectos relacionados à recepção da prescrição eletrônica nas farmácias brasileiras pontuaram as discussões na reunião do Grupo Interinstitucional de Trabalho (GIT) – Farmácia Digital do Conselho Federal de Farmácia – realizada nesta terça-feira, 11 de fevereiro, em Brasília. O grupo atua com o objetivo de estabelecer padrões mínimos de qualidade para essa implantação e também para orientar os farmacêuticos e os conselhos regionais sobre como se deve proceder com a validação dessas receitas em meio digital no Brasil. É o que explica o coordenador do GIT, Eugênio Neves.
“Em síntese, essas receitas devem estar assinadas digitalmente, usando os requisitos da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP Brasil), que é o padrão para assinatura digital de documentos no Brasil. Nós temos discutido bastante a integração das tecnologias com os processos assistenciais farmacêuticos, com as práticas farmacêuticas. A ideia é de que o grupo consiga orientar e discutir com o Conselho Federal de Farmácia a respeito da emergência de um conjunto imenso de novas tecnologias que os farmacêuticos vão inevitavelmente incorporar na sua prática”.
Eugênio explica que a expectativa é que essa incorporação tecnológica se dê da maneira mais efetiva e mais segura possível. Ainda que o setor não seja pego de surpresa com os avanços tecnológicos. “Nós corremos sempre o risco de quando não aceitamos a parte tecnológica de uma maneira adequada acabam acontecendo disrupções muito violentas acabando com setores de negócios inteiros sem que se esboce qualquer tipo de reação. A ideia é de que nós consigamos nos antecipar, entendendo a dinâmica tecnológica e ajudando os farmacêuticos a irem incorporando essas mudanças nas suas práticas profissionais.”
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Informática (SBIS), Luis Gustavo Kiatake, que é membro do grupo, as discussões estão avançando junto à Anvisa para dar uma resposta à sociedade sobre a viabilidade disso. “Nós estamos num trabalho bastante produtivo e prático pra identificar, dentro das questões regulatórias que a gente precisa, o que a Anvisa está discutindo e nos apresentando, como nós podemos ter sistemas e como seria o cotidiano da farmácia para receber uma receita eletrônica. Estamos descrevendo esse cenário e vendo todas as possibilidades de uso de plataforma ou de sistemas off-line, se a farmácia está com internet ou não, etc. Tudo isso para que a gente consiga vislumbrar como isso aconteceria na prática, assim que houver uma manifestação da Anvisa da possibilidade ou não do uso do receituário eletrônico.”
O grupo também discutiu novidades neste campo no Brasil, questões sobre a educação profissional da farmácia e a importância do ensino de tecnologia e inovação tanto na graduação como na pós-graduação e de preparar o farmacêutico para os avanços tecnológicos. Essas temáticas deverão serão levadas para discussão no Congresso Brasileiro de Informática em Saúde da SBIS e no 2º Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas do CFF a serem promovidos em outubro e novembro deste ano.