OMS: 1,1 bilhão em risco de perda auditiva
Por: Laura Gelbert
Fonte: CFF / Rádio ONU
A causa seria o “uso inseguro de dispositivos pessoais de áudio, incluindo smartphones, e exposição a níveis sonoros prejudiciais em locais como bares, discotecas e eventos esportivos
Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, cerca de 1,1 bilhão de adolescentes e jovens adultos estão em risco de perda auditiva. A causa seria o “uso inseguro de dispositivos pessoais de áudio, incluindo smartphones, e exposição a níveis sonoros prejudiciais em locais como bares, discotecas e eventos esportivos. Nesta terça-feira, 3 de março, a agência marca o Dia Internacional do Cuidado Auditivo.
Irreversível
De Porto Alegre, o presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico – Facial, Dr. Sady Selaimen da Costa, falou à Rádio ONU sobre o tema. Ele disse que a questão é “uma preocupação no mundo inteiro”.
“A perda auditiva induzida pelo ruído é um problema que afeta a todas as sociedades, mas, principalmente as mais desenvolvidas e industrializadas. A gente sabe que o ouvido humano quando confrontado com intensidades sonoras acima de 85 decibéis, que não é uma intensidade muito, muito alta, ele tem um tempo de exposição que quando passa de oito horas diárias, para 85 decibéis, ele começa a ser prejudicial às células que habitam internamente o ouvido humano. Isto pode gerar num primeiro momento, desconforto, depois zumbido e, depois, quando o estímulo é sustentado, perda auditiva de caráter irreversível”.
Jovens
O especialista falou ainda sobre a incidência do problema entre jovens e destacou a importância da prevenção.
“Eu acho que nós estamos vivendo uma epidemia de perdas auditivas induzidas pelo ruído na população mais jovem. Normalmente, a gente esperava este tipo de problema em indivíduos mais idosos, ou indivíduos de idade média que trabalham em ambientes absolutamente ruidosos, como nas fábricas ou com motores ou coisa assim. O que a gente tem visto são jovens, de 16, 17 anos, que passam o dia inteiro com fones de ouvidos e com intensidades sonoras absurdas, acima, às vezes, de 90, 100 decibéis. Estes, sim, vão sofrer perdas auditivas. Neste caso, o que a gente tem pra fazer é a prevenção porque, na verdade, quando a perda se estabelece, nós não temos como revertê-la exceto através de uso de aparelhos auditivos convencionais.”
OMS
De acordo com dados de estudos feitos em países de renda média e alta, analisados pela OMS, cerca de 50% dos adolescentes e jovens adultos entre 12 e 35 anos de idade são expostos a níveis sonoros inseguros pelo uso de dispositivos pessoais de áudio. Cerca de 40% são expostos a níveis sonoros potencialmente prejudiciais em locais de entretenimento.
Ainda segundo a agência da ONU, 360 milhões de pessoas em todo o mundo têm perda auditiva de moderada a profunda. As causas são diversas entre elas, barulho, condições genéticas, complicações no nascimento, doenças e envelhecimento, entre outras.