No Dia do Farmacêutico, eis as dicas de um veterano para alcançar o sucesso na profissão
Anualmente uma quantidade expressiva de novos farmacêuticos ingressa no mercado. Será que há espaço para tantos profissionais? As palavras do Conselheiro Federal José Ricardo Amadio são daquelas que todo estudante de farmácia ou todo farmacêutico em início de carreira gostaria de ouvir. “É claro que tem mercado“, assegura ele, destacando que o Conselho Federal de Farmácia vem, cada vez mais, ampliando as áreas de atuação do profissional farmacêutico, da mesma forma que o Conselho Regional de Farmácia também exerce um papel importante neste sentido, uma vez que uma de suas competências é a busca de postos de trabalho através de novas áreas de atuação profissional.
Para José Ricardo, hoje o profissional farmacêutico está conseguindo ampliar a sua área de atuação, principalmente depois das atribuições clínicas, que a Resolução 585/586. “O advento dessa Resolução ampliou as áreas de atuação do farmacêutico, principalmente na área da dispensação, e aí basta a gente ter coragem e desenvolver um bom trabalho junto aos nosso pacientes, que eu tenho certeza que o retorno e o reconhecimento acontecem mediante o trabalho“, pontua ele.
Farmacêutico, empresário, professor e Conselheiro Federal. Com sua vasta bagagem profissional, o Doutor José Ricardo observa, entretanto, que é primordial que o estudante de farmácia comece, já no decorrer da sua graduação, a ser bom naquilo que pretende fazer numa área específica. “Cabe ao acadêmico, durante todo o curso, procurar visualizar a área que ele tem maior afinidade, começando a se aprofundar e, após formado, buscando se especializar também. Agindo desta forma eu tenho certeza que não vai faltar trabalho para o profissional, e o mercado se abrirá para ele com facilidade“.
De acordo com Amadio, um diferencial importantíssimo na profissão é ser um eterno estudante. “Todo profissional deve estar sempre buscando conhecimentos, sempre buscando cursos de aperfeiçoamento e se aprimorando constantemente. Acho que esta é uma das qualidades eternas que o profissional tem que ter para assegurar seu espaço neste mercado extremamente dinâmico como é o mercado farmacêutico“.
Nas palavras do Conselheiro Federal, o dinamismo também é fundamental. “Para ser um bom profissional o farmacêutico deve ter atitude, e deve estar sempre buscando mudanças, tentando fazer algo diferente, sem precisar de alguém que o esteja empurrando, ou seja, tem que ter iniciativa própria. Isso é o que contempla um bom profissional“. Em outras palavras, o farmacêutico deve estar sempre estudando, se capacitando, demonstrar dinamismo e ter atitude.
País grisalho
Atualmente, Amadio está no seu segundo mandato como Conselheiro Federal. “Acredito que avançamos e muito na assistência farmacêutica em Mato Grosso“, avalia ele, complementando que ainda há muito o que avançar. “Porque este é um Estado próspero, assim como a profissão farmacêutica abriu várias outras áreas de atuação em decorrência da mudança da grade curricular e até mesmo do próprio perfil da população. O Brasil está se tornando um país grisalho, e vai precisar deste profissional na área de saúde para cuidar dessa população que está envelhecendo“.
Mas, afinal, será que o Dr. José Ricardo gosta mais de atuar como farmacêutico, ou prefere o magistério? Instigado a falar sobre isso, ele revela que estaria dividido ao responder à pergunta. “Primeiro, porque o magistério nos auxilia principalmente a estarmos sempre nos atualizando, trocando experiências com os colegas professores, sendo, portanto, um grande laboratório de ideias, e atuando como professor a gente sempre se atualiza na profissão. E na farmácia de dispensação o ato de estar lidando com a população é muito envolvente. A gente vê que está contribuindo para a saúde daquela população carente“.
Por que ser farmacêutico
José Ricardo Amadio lembra que esta é uma profissão milenar, muito linda e com mais de 100 áreas de atuação. Revela que foi seduzido facilmente pela profissão porque seus pais já tinham drogaria na cidade de Barra do Garças, Mato Grosso. “Aí resolvi trilhar o mesmo caminho, assumi o negócio da família, e por isso iniciei o curso de farmácia em Cuiabá“, explica.
O contato com a profissão teve início em 1990, quando ele prestou o vestibular para farmácia na primeira Faculdade de farmácia do Estado de Mato Grosso, a Universidade de Cuiabá. “Concluí o curso em 1994, voltei à minha cidade (Barra do Garças) assumindo a farmácia e drogaria, e em 1996 recebi o convite da antiga coordenadora do curso, Dra. Ilza Martha de Souza, para ministrar aula no curso de farmácia. Desde então mudei de Barra do Garças para Cuiabá, onde já estava pleiteando o magistério, bem como, também, trabalhando junto à empresa, a farmácia. Nesse ínterim foram se formando várias turmas de farmácia com a minha contribuição para a formação“.
Aí então o Dr. José Ricardo recebeu um convite para atuar como Conselheiro. “Até então exitei, mas notei que a categoria necessitava de algumas mudanças. Participei como Vice-Presidente do CRF-MT em duas gestões, e aí então um determinado grupo decidiu iniciar um processo de avanço dentro da assistência farmacêutica no Estado de Mato Grosso, e aí saímos em duas gestões como Presidente“, concluiu.